Um dos homens mais ricos do mundo, Bernard Arnault, apesar da fama com a LVMH no mercado de luxo, também possui uma parte dos seus negócios em solo brasileiro.

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Com uma fortuna de US$ 144 bilhões e ocupando o sexto lugar no ranking da Forbes, Arnalut foi um dos primeiros investidores da Veesion, uma startup francesa de inteligência artificial antifurto que tem operação no Brasil – e uma operação que tem crescido e ganhado protagonismo.

Atualmente o Brasil tem o maior volume de clientes – cerca de 400 – e está entre os três países em volume de aquisição de novos clientes. Em solo brasileiro, a empresa tem 15 colaboradores e a expectativa é dobrar o numero de contratações ainda em 2025.

Inteligência Artificial da companhia funciona analisando movimentos em tempo real. Em suma, quando uma pessoa realiza uma sequência de movimentos suspeita – como pegar um produto, olhar para os lados e colocá-lo no bolso – um alerta é enviado ao celular dos funcionários da loja.

A tecnologia funciona integrada aos sistemas de vigilância já instalados, sem exigir mudanças no hardware, nem recorrer a biometria ou guardar dados pessoais.

De acordo com a companhia, a ferramenta baseada em IA consegue identificar até dez vezes mais furtos que os métodos tradicionais e permite reduzir em até metade as perdas causadas por furtos.

A empresa também vê espaço para usar a análise de gestos em outras situações, como para otimizar o atendimento nas lojas, apoiar reabastecimento de mercadorias e prevenir fraudes em operações de caixa.

Um exemplo recente aconteceu em um duty-free de aeroporto, onde a ferramenta ajudou a identificar um grupo envolvido em roubos simultâneos em diferentes pontos, o que possibilitou a recuperação de 50 mil euros em produtos.

A primeira vez que a companhia teve operação no Brasil foi em uma unidade do Supermercado Paiva, em Volta Redonda (RJ). Além disso, há uso da tecnologia em lojas da Leroy Merlin e unidades das redes de farmácia Pague Menos e Ultra Popular – em linha com a estratégia da empresa de ter supermercados e farmácias como maiores clientes.

Qual a relação de Bernard Arnault com a startup

Atualmente a empresa não divulga qual o percentual societário de cada sócio do negócio, mas Arnault é citado como ‘um dos primeiros e um dos principais’ investidores.

Ele entrou como sócio na companhia por meio do braço do seu family office que investe em capital de risco, o Aglaé Ventures – que também já aportou em empresas como Airbnb e Netflix.

Embora não atue diretamente na gestão da companhia, Arnault mantém posição relevante no cap table, aumentando a visibilidade da companhia para outros investidores.

Além de ser acionista, a presença do bilionário no quadro societário contribui para aproximar a startup de grandes redes varejistas e mercados internacionais, setores que fazem parte do ecossistema de marcas e operações do grupo LVMH.

Além de Arnault, o grupo de sócios da Veesion conta com fundos como White Star Capital, que liderou a mais recente rodada de investimentos, Red River West e Bpifrance, via o fundo Digital Venture.

Investidores antigos também permanecem na estrutura societária, como Odyssée Ventures, Verve Ventures e Founders Future.

No comando da operação estão os cofundadores Thibault David, Benoît Koenig e Damien Ménigaux.

Veesion captou US$ 57 milhões em rodada de investimentos recente

Neste fim de maio a Veesion captou US$ 57,2 milhões em uma nova rodada de investimentos. Desse montante total — cerca de US$ 41 milhões — veio de uma Série B liderada pelos fundos White Star Capital, Red River West e Bpifrance.

Outros US$ 16,2 milhões foram obtidos por meio de financiamentos não dilutivos.

Segundo a empresa, esse investimento de Série B tem como objetivo principal justamente o lançamento de escritórios da Veesion no Brasil e também nos Estados Unidos.

A companhia foi fundada em meados de 2018 em Paris, e atualmente atende mais de 5 mil pontos de venda espalhados por 25 países.

O investimento mais recente também marca a entrada definitiva da startup no mercado norte-americano, onde pretende abrir uma subsidiária nos próximos meses. Hoje, os Estados Unidos já representam 10% do faturamento, mesmo sem presença física.

Além disso, o plano da startup é ampliar o uso da tecnologia para segmentos como logística, construção, saúde e educação infantil — áreas em que a análise de gestos pode ajudar a identificar riscos e situações irregulares.

A companhia teve faturamento de 11 milhões de euros nos últimos três anos e mais de 60% da receita vem de fora da França.