Conforme levantamento da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF), as casas de apostas, ou bets, tiveram uma receita bruta total de R$ 17,4 bilhões no acumulado do primeiro semestre do ano de 2025.

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Esse indicador do faturamento das bets é chamado de Gross Gaming Revenue (GGR), e representa o total de apostas, menos os prêmios pagos, o que pode ser indicado como o gasto efetivo dos apostadores no período.

Os dados ainda apontam que o apostador brasileiro gastou, na média, R$ 983 em todo o semestre – ou R$ 164 em apostas por mês.

Olhando para a arrecadação, a Receita Federal indica que foram recolhidos aproximadamente R$ 3,8 bilhões no primeiro semestre de 2025 das casas de apostas.

O dado inclui valores arrecadados pela Receita, incluindo tributos federais como o IRPJ, CSLL, PIS/Cofins e Contribuição Previdenciária, além das dos 12% das destinações sociais previstas em lei que totalizaram R$ 2,14 bilhões.

O Fisco aponta que foi registrado um incremento de R$ 764 milhões nos tributos recolhidos em junho e, no acumulado do ano, o mercado já recolheu R$3,7 bilhões – isso porque no ano passado o setor não era regulamentado.

17,7 milhões de brasileiros fizeram apostas de quota fixa em bets; 15 mil sites foram bloqueados

O balanço da SPA-MF ainda indica que atualmente são 78 empresas regularizadas e em operação no país. Na contramão, foram retiradas do ar 15.463 páginas de apostas não autorizadas, medida realizada em conjunto com a Anatel desde outubro do ano passado.

O levantamento também mostrou que 17,7 milhões de pessoas fizeram apostas em sites e aplicativos das empresas habilitadas, entre janeiro e junho.

Quanto ao perfil de quem aposta, o relatório do Sistema Geral de Gestão de Apostas (Sigap) mostrou que, no primeiro semestre, 71% dos apostadores foram homens e 28,9% mulheres.

A faixa etária de maior participação foi a de 31 a 40 anos (27,8%). Em seguida aparecem os de 18 a 25 anos (22,4%), de 25 a 30 anos (22,2%), de 41 a 50 anos (16,9%), de 51 a 60 anos (7,8%) e de 61 a 70 anos (2,1%).

De acordo com o secretário da pasta, Regis Dudena, os números são um marco porque permitem discutir o setor a partir de dados concretos e não apenas projeções.

“São dados concretos relativos à atuação regulatória, tratando temas como fiscalização, controle, além dos primeiros números, que refletem a realidade, e não apenas estimativas. A partir daqui, o debate sobre o mercado de apostas de quota fixa no Brasil poderá se dar com elementos ainda mais sólidos, propiciando avançarmos com a regulação com base em evidências”, avalia.

A legalização das apostas no Brasil ocorreu em 2018, mas a regulamentação só ganhou força a partir de 2022. Em 2023, novas normas começaram a ser implementadas, consolidadas em 2024, e desde o início de 2025 o cumprimento vem sendo monitorado de forma integral.

Nesse período, a SPA analisou 66 processos de fiscalização de bets envolvendo 93 empresas; em 35 deles houve aplicação de penalidades.