11/03/2019 - 16:50
Quando herdou a vinícola familiar em 1990, a enóloga Bettina Bürklin-von Guradze, não imaginava que um dia transformaria a tradicional propriedade, que está em sua família desde 1597, em uma referência em rieslings biodinâmicos. Mas foi exatamente isso que aconteceu a partir do ano 2001 quando ela e seu marido, Christian Von Guradze, decidiram começar a reconverter para a biodinâmica os 85 hectares da Dr. Bürklin-Wolf Estate, em Wachenheim, na região de Pfalz, na Alemanha.
Bettina conheceu a biodinâmica pelo livro do francês Nicolás Joly, produtor pioneiro em seguir a biodinâmica nos vinhedos e autor de “Vinho do céu à terra” (como foi batizada a tradução para o português). A certificação veio em 2008. Bettina conta que o caminho para esta filosofia, que só utiliza compostos orgânicos no tratamento dos vinhedos e segue as influencias cósmicas, é elaborar vinhos com muita qualidade em harmonia com a natureza. Ela acredita que desta forma consegue valorizar o terroir e preservar, não apenas os vinhedos, mas a natureza ao seu redor para as futuras gerações. É um feito e tanto para este que é um dos maiores vinhedos familiares da Alemanha.
Antes da biodinâmica, Bettina já havia ousado ao decidir classificar os seus vinhedos a partir das microrregiões onde estão plantados cada um deles, seguindo, assim, o mesmo método de classificação da Borgonha. No Brasil, seus brancos, elaborados com a variedade riesling, são importados pela Vindame.
As mulheres e o vinho
Durante todo o mês de março posto aqui as mais diversas histórias de mulheres no mundo do vinho. Em 2018 foram 23 textos de personalidades e épocas diferentes e em 2019 continuo a tradição. Adorei pesquisar e conhecer mais sobre estas pessoas e seus desafios. Confira, a seguir, quais foram estas mulheres.
2019
2018
– Barbe-Nicole Clicquot, mais conhecida como a Veuve Clicquot
– Jancis Robinson, a inglesa mais influente do mundo do vinho com o seu www.jancisrobinson.com
– Lalou Bize-Leroy, a polêmica e competentíssima produtora da Borgonha
– Serena Sutcliffe e os leilões de vinho
– Maria Luz Marín, a chilena pioneira no vale de San Antonio, no Chile.
– Natasha Bozs, uma das primeiras enólogas negras da África do Sul, da Nederburg
– Elena Walch, a arquiteta que virou enóloga e hoje tem sua própria vinícola no Alto Adige
– Véronique Drouhin-Boss, a francesa da quarta geração da domaine Drouhi
– As associações de mulheres e vinhos já existem em 10 regiões francesas
– Lorenza Sebasti, proprietária da vinícola italiana Castello di Ama
– A portuguesa Filipa Pato, dos vinhos da Bairrada
– Lis Cereja, a brasileira que mais e melhor levanta a bandeira do vinho natural no Brasil
– Féminalise, um concurso de vinhos francês que só tem juradas
– Albiera Antinori, a primeira mulher a dirigir a tradicional vinícola italiana
– Susana Balbo, a pioneira nos vinhos argentinos
– Cecília Torres, a primeira mulher nos vinhos chilenos com o Casa Real
– Ludivine Griveau, que dirige os vinhos do Hospice de Beaune, na Borgonha
– A dupla de amigas e enólogas portuguesas Sandra Tavares e Susana Esteban
– Patricia Atkinson, e a sua aventura de elaborar vinhos franceses