29/12/2025 - 11:42
A artista Beyoncé, neste ano de 2025, alcançou um marco que poucos artistas alcançam: o de status de bilionária.
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Segundo a Forbes, a cantora ultrapassou a linha do bilhão de dólares em patrimônio e passou a integrar um grupo restrito de músicos que chegaram a esse patamar. Ao lado dela estão Jay-Z, Taylor Swift, Bruce Springsteen e Rihanna.
A lista completa de artistas bilionários soma 22 nomes, sendo que quase metade deles tendo cruzado essa marca nos últimos três anos, em um período marcado por mudanças no modelo de negócios da indústria musical.
O dado chama atenção não apenas pelo valor acumulado, mas pela forma como ele foi construído. A maior parte da fortuna de Beyoncé segue ligada à música, em especial ao controle de seu catálogo e à receita gerada por turnês.
Embora tenha apostado em outras frentes empresariais, como uma marca de cuidados capilares, um rótulo de uísque e uma linha de roupas que foi encerrada em 2024, esses negócios representam uma fatia menor do patrimônio quando comparados ao peso dos shows ao vivo e dos direitos autorais.
Desde o início da década passada, a cantora passou a reorganizar a própria carreira. Em 2010, criou a Parkwood Entertainment e trouxe para dentro da empresa funções que antes eram terceirizadas.
A produtora passou a responder pela gestão, pela produção musical, pelos filmes e pelas turnês. Com isso, Beyoncé assumiu os custos, mas também ficou com uma parcela maior da receita final. Essa decisão alterou o equilíbrio financeiro da carreira e abriu espaço para margens mais amplas em projetos de grande escala.
Beyoncé e o caminho até o bilhão
A trajetória financeira ganhou tração após o fim do Destiny’s Child em meados de 2006 – e o rompimento profissional com o pai, que até então cuidava da gestão da carreira de Beyoncé.
Dali em diante a cantora deixou de pensar seus lançamentos como apenas produtos fonográficos e passou a fazer eles funcionarem como eventos.
Seu primeiro álbum foi lançado em 2013, com o nome ‘Beyoncé’. Três anos depois, a artista lançou ‘Lemonade’, uma obra pensada como um projeto audiovisual exibido na HBO.
Em 2018, a apresentação no Coachella foi registrada em Homecoming, exibido ao vivo no YouTube para centenas de milhares de espectadores e, depois, transformado em documentário da Netflix – o que rendeu à artista dezenas de milhões de dólares.
Após a Renaissance World Tour, em 2023, que arrecadou perto de US$ 600 milhões, Beyoncé voltou a redesenhar sua estratégia.
Em 2024, lançou Cowboy Carter, um álbum que dialoga com o country e abriu novas frentes comerciais. O projeto incluiu uma apresentação no intervalo de um jogo da NFL no Natal, transmitido pela Netflix, e campanhas publicitárias associadas à estética do disco.
Somando os ganhos com a Cowboy Carter Tour, a renda recorrente do catálogo musical e contratos de publicidade firmados ao longo do ano, Beyoncé faturou cerca de US$ 148 milhões em 2025 antes de impostos, segundo a Forbes.
O valor a colocou como a terceira musicista mais bem paga do mundo no período. Em um cenário em que os shows ao vivo respondem por mais de três quartos da renda anual de muitos artistas – percentual que pode se aproximar de 90% em alguns casos -, a capacidade de ocupar estádios se tornou um fator central.
Mesmo com esse desempenho, os números de consumo de música gravada mostram um contraste. Em 2025, as vendas equivalentes a álbuns da discografia de Beyoncé, métrica que reúne streaming e vendas físicas e digitais, ficaram abaixo das registradas por outros nomes do pop, segundo dados da Luminate.
A indústria como um todo passou a operar sob essa lógica após a pandemia. Produções mais longas, ingressos com preços mais altos e experiências pensadas para deslocamentos de fãs entre cidades se tornaram práticas recorrentes. Beyoncé esteve entre as artistas que lideraram esse movimento. Em 2016, foi a primeira mulher a comandar uma turnê feita apenas em estádios.
