19/11/2022 - 12:32
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) define no domingo um novo presidente, entre candidatos do Brasil, México, Argentina, Chile e Trinidad e Tobago, um nome para comandar a instituição em um contexto mundial sombrio.
A assembleia de governadores, principal autoridade do banco e integrada por ministros da Fazenda e outras autoridades econômica, se reunirá a partir da 8h00 em Washington (10h00 em Brasília) a portas fechadas para uma sessão híbrida que exige quórum.
O candidato brasileiro é Ilan Goldfajn, diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a América Latina e que foi presidente do Banco Central no governo de Michel Temer.
O renomado economista, que também atuou na inciativa privada, concorre com o mexicano Gerardo Esquivel, vice-presidente do Banco Central de seu país; o chileno Nicolás Eyzaguirre, ex-ministro da Fazenda e Educação; Cecilia Todesca Bocco, argentina, secretária de Relações Econômicas Internacionais e Gerard Johnson, de Trinidad e Tobago, ex-funcionário do BID.
Goldfajn quer tornar o BID a “instituição multilateral mais importante da região” e considera fundamental que o presidente seja “independente, apartidário”.
Ele foi indicado pelo presidente em final de mandato Jair Bolsonaro e ainda não se sabe a opinião do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, embora ele diga que o apoia.
Para ser eleito, o candidato deve ter o apoio de pelo menos 15 dos 28 Estados americanos (26 da América Latina e Caribe junto com Canadá e Estados Unidos) e maioria absoluta dos votos dos 48 países membros.
O poder de voto de cada país varia em função do número de ações. Os três principais acionistas do banco são Estados Unidos, Argentina e Brasil, que juntos detêm quase 53%, seguidos pelo México com 7,2%.
Washington tem 30%, o que faz do governo Joe Biden uma das peças-chave da eleição, como aconteceu na destituição do último presidente do banco, o americano Mauricio Claver-Carone, por burlar as regras ao favorecer uma funcionária com quem mantinha um relacionamento romântico.
Os cinco candidatos concordam com a importância de direcionar os recursos para o combate à pobreza, à desigualdade e às consequências da mudança climática, mas considerando que a região é heterogênea e as necessidades dos países de renda média diferem muito das de outros com menos acesso aos mercados financeiros internacionais.
– Liderança –
A instituição criada em 1959 também deve otimizar os recursos que já possui antes de aumentar o capital e recuperar a liderança, porque tempos difíceis se aproximam e não se sabe por quanto tempo, com uma inflação crescente impulsionada pela guerra na Ucrânia, o aumento das taxas de juros e uma desaceleração econômica global que ameaça minar a recuperação pós-pandemia.
Apesar dos ventos contrários, o próximo presidente encontrará uma região com “enormes oportunidades nas áreas de transformação digital, desenvolvimento inclusivo, sustentabilidade e muito mais”, disse na sexta-feira Jason Marczak, diretor do Centro Adrienne Arsht para América Latina, do Atlantic Council.