O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu, nesta quarta-feira (14), o estabelecimento de uma grande “aliança” com a África, cujo “sucesso” é essencial para o mundo, diante dos dirigentes de 49 países africanos reunidos em uma cúpula em Washington.

“Quando a África tem sucesso, os Estados Unidos têm sucesso. Todo o mundo tem sucesso”, disse Biden.

O presidente americano defendeu “associações não para criar obrigações políticas, nem para fomentar a dependência, mas para estimular o sucesso e as oportunidades compartilhadas”, acrescentou, em um discurso no qual detalhou uma série de investimentos de seu país no continente africano.

O governo Biden prevê desembolsar 55 bilhões de dólares na África durante os próximos três anos em diferentes setores, como o digital, as infraestruturas, a saúde e a luta contra as mudanças climáticas.

Além disso, o presidente americano louvou nesta quarta os quase 15 bilhões de dólares em contratos prometidos à margem da cúpula pelo setor privado americano e africano em diferentes áreas, entre elas a de alta tecnologia.

Os Estados Unidos vão investir 350 milhões de dólares e facilitarão o acesso a US$ 450 milhões em financiamento para o desenvolvimento digital no continente.

Entre os anúncios se destaca o da empresa líder de cartões de crédito Visa, que pretende investir US$ 1 bilhão para pagamentos online na África, uma área liderada pela China.

A Microsoft, por sua vez, anunciou que planeja oferecer acesso à internet via satélite para 10 milhões de pessoas, metade delas na África, mas também em países como Guatemala e México, como parte dos esforços para reduzir a lacuna digital entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento.

Na cúpula, os Estados Unidos evitaram falar de uma concorrência com a China no continente africano, mas não escondem seu desejo de ampliar laços com os países africanos após ser acusado de negligenciá-los.

A cúpula continua nesta quinta-feira, quando será abordada a insegurança alimentar no continente, agravada pelas consequências da guerra na Ucrânia.