O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse em entrevista transmitida neste domingo (18) que ainda não decidiu se tentará um segundo mandato em 2024, apesar de ter declarado anteriormente que se candidataria de novo.

Biden, que fará 80 anos em novembro, disse ao programa “60 Minutes”, da CBS, que a reeleição é sua “intenção”.

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“Mas é só uma intenção. Mas é uma decisão firme que eu me candidate de novo? Isso está por ser visto”, disse.

Quando apontado que já era uma pessoa de mais idade no cargo, Biden reagiu: “Muito boa forma, não?”.

Perguntado se está qualificado, Biden limitou-se a dizer, “me observe”, e argumentou que deve ser julgado por seus atos.

O presidente americano admitiu que seus baixos índices de aprovação refletem que o país está em “um momento realmente difícil”.

Anteriormente, a Casa Branca informou reiteradamente que Biden voltará a se candidatar em 2024.

– Fim da pandemia –

Em outro momento da entrevista, o presidente afirmou que a pandemia de covid-19 terminou nos Estados Unidos.

“Ainda temos um problema com a covid. Ainda estamos trabalhando muito nisso… Mas a pandemia acabou. Se prestarem atenção, ninguém usa máscaras. Todo mundo parece estar em boa forma. E por isso, acredito que está mudando”, afirmou.

No entanto, o presidente deu estas declarações apenas algumas semanas depois de sua administração ter pedido ao Congresso bilhões de dólares em financiamento para manter seus programas de testagem e vacinação com vistas a uma possível nova onda no outono.

– Defesa de Taiwan –

Perguntado em outro momento se as tropas americanas defenderiam Taiwan em caso de uma invasão da China, Biden disse, “sim”, em caso de “um ataque sem precedentes”, enquanto a Casa Branca afirmou que a política de Washington não tinha mudado.

Washington cortou as relações diplomáticas formais com Taiwan em 1979, passando a reconhecer Pequim como o único representante da China, que depois se tornou um importante parceiro comercial.

Mas ao mesmo tempo, os Estados Unidos mantiveram um papel decisivo, embora às vezes delicado, em apoio a Taiwan.

Segundo uma lei aprovada pelo Congresso, os Estados Unidos são obrigados a vender a Taiwan equipamentos militares para garantir sua autodefesa frente às forças armadas de Pequim, que são muito mais poderosas.

No entanto, Washington mantém o que se chama oficialmente de “ambiguidade estratégica” sobre se interviria militarmente.

Essa política é concebida tanto para evitar uma invasão chinesa quanto para dissuadir Taiwan de provocar Pequim, declarando-se independente.

Quando perguntado se a última declaração de Biden significava uma mudança sobre esta ambiguidade estratégica, um porta-voz da Casa Branca declarou: “o presidente disse isso antes, inclusive em Tóquio no começo do ano. Também deixou claro na ocasião que nossa política sobre Taiwan não mudou. Isso continua sendo o correto”.