31/07/2019 - 17:59
Joe Biden, favorito nos Estados Unidos para competir contra o presidente Donald Trump nas eleições de 2020, volta as atenções para a segunda parte do debate entre os pré-candidatos democratas, que será realizada nesta quarta-feira, após expor na véspera a divisão do partido entre moderados e radicais.
Outros dez políticos da lista de vinte que desejam ocupar a Casa Branca participarão da última noite de debate organizado pela rede CNN, que começará às 20H00 (21H00 de Brasília) em Detroit, Michigan, um estado “pendular” onde Trump venceu em 2016.
Biden, um moderado que lidera as pesquisas com 32,2%, segundo o instituto RealClearPolitics, deverá mostrar se está pronto para lutar depois de uma performance medíocre no primeiro debate no final de junho em Miami.
O ex-vice-presidente de Barack Obama, primeiro negro a ocupar a Casa Branca, terá como principal adversária uma senadora negra: Kamala Harris (quarta nas pesquisas com 10,8%), que há um mês fez Biden perder intenções de voto ao confrontá-lo sobre assuntos raciais.
Nesse evento, a ex-procuradora-geral da Califórnia relembrou de maneira muito pessoal a oposição de Biden nos anos 1970 ao “busing”, um sistema de transporte que buscava acabar com a segregação racial na educação pública.
A questão racial ganhou protagonismo nas últimas semanas após os comentários de Trump denegrindo os legisladores negros e de minorias étnicas.
Outro senador negro em busca da indicação do Partido Democrata, Cory Booker (1,7%) de Nova Jersey, que não dividiu o palco com Biden em Miami, provavelmente desafiará o veterano político nessa área, muito sensível aos eleitores afro-americanos, um eleitorado crucial para os democratas.
Também estará no encontro desta quarta-feira o único hispânico da lista democrata, Julián Castro (1,0%), ex-secretário da Habitação de Obama, que tem questionado o “racismo” de Trump e buscará sobressair após despertar interesse de muitos com sua abordagem sobre a imigração em junho passado.
Na primeira noite de debates desta semana, na terça-feira, Bernie Sanders e Elizabeth Warren foram criticados pelos pré-candidatos moderados.
As duas figuras democratas de perfil mais progressista foram duramente questionadas por candidatos menos conhecidos, que expressaram temor de que as ideias de Sanders e Warren afugentem os eleitores independentes, fortalecendo, assim, a reeleição de Donald Trump.
Sanders e Warren, com 16% e 14% das intenções de voto, respectivamente, são conhecidos críticos do poder de Wall Street e favoráveis a um sistema de saúde universal, representando uma opção à esquerda na corrida pela indicação democrata, que começará com as primárias de Iowa, em 3 de fevereiro.
Críticos alertam para os riscos de o partido Democrata se colocar muito à esquerda do espectro na corrida para 2020.
Como parte de sua estratégia de campanha, Trump não se cansa de afirmar que todos os pré-candidatos democratas abraçaram o “socialismo radical”.