Após realizarem uma série de demissões em massa nos Estados Unidos, as grandes empresas de tecnologia, também conhecidas como “big techs”, têm enfrentado dificuldades para fazer o mesmo com suas filiais na Europa, já que as leis trabalhistas dos países do velho continente não são tão permissivas como as norte-americanas.

Dentre essas empresas está o Google e sua controladora, a Alphabet, que negocia na França e na Alemanha com sindicatos de trabalhadores para tentar reduzir o quadro de funcionários diante de “incertezas econômicas globais”, argumento comumente citado pelas companhias dentre os motivos para as demissões. Na França, o conglomerado ofereceu indenizações a funcionários para tentar estimular demissões voluntárias.

Apesar de reconhecer as negociações, o Google diz que não planeja cortes em outros países europeus como Romênia, Grécia e Áustria, assim como na capital francesa, onde tem cerca de 1.600 funcionários.

+ Governo pretende regular Big Techs; entenda como

Já no Reino Unido, que tem leis trabalhistas mais próximas das norte-americanas, cerca 6% dos 8 mil funcionários (por volta de 500) serão demitidos. A companhia também pretende demitir 240 funcionários em Dublin, na Irlanda, e cerca de 200 em Zurique, na Suíça.

A Amazon enfrenta o mesmo problema e tentou algo parecido na França, oferecendo a gerentes sêniores até um ano de salário no caso de demissão voluntária. A companhia também permitiu que os funcionários que aceitassem sair ficassem de licença remunerada até maio, quando eles adquirem o direito a exercer opções sobre bônus que recebem na forma de ações.

Na Alemanha, a gigante varejista já iniciou demissões de funcionários em período probatório e também ofereceu recompensas para demissões voluntárias. Em Luxemburgo, os funcionários que se demitirem voluntariamente da Amazon receberão um mês de salário por ano de serviço, além de um adicional determinado pela legislação local.

FORÇA DE TRABALHO

No total, Amazon, Alphabet e Meta, a controladora do Facebook, empregam 170 mil trabalhadores na Europa.

Para fazer com que as contratações desses funcionários valha a pena, diante das leis trabalhistas mais restritivas, os funcionários recebem menos que os seus análogos norte-americanos. No caso de desenvolvedores de softwares, por exemplo, os europeus ganham cerca da metade do embolsado pelos americanos.