A BIMS Capital e a Virgo decidiram unir operações por meio de uma joint venture e estimam, com isso, crescer no segmento de middle market no mercado brasileiro. A projeção é que esse novo player atinja uma receita anual de R$ 500 milhões em até cinco anos, considerando a soma dos resultados das duas empresas envolvidas.

+Aegea tem privatização da Copasa na mira e vê companhia como ‘referência’, assim como Sabesp

A joint venture mira o crescimento nas frentes de gestão de ativos, corretagem e mercado de capitais. A visão é de que existe uma lacuna justamente no segmento de middle market olhando para o panorama do mercado financeiro no momento atual.

“Hoje, os grandes bancos têm um foco direcionado a operações acima de R$ 150 milhões. Existe, portanto, uma lacuna importante para operações na faixa de R$ 30, 50, 70 milhões, que muitas vezes envolvem empresas saudáveis, mas que encontram grande dificuldade em acessar crédito“, explica Renato Barison – CEO da BIMS Capital.

“Ao longo da nossa trajetória, identificamos uma demanda consistente nesse segmento. O middle market concentra empresas com bom desempenho e potencial de crescimento, mas que não encontram, no sistema bancário tradicional, o suporte necessário para se capitalizar”, completa.

O principal diferencial competitivo são os sócios, dado que todos possuem um know-how relevante no mercado de dívida e no setor financeiro, com todos tendo mais de duas décadas de experiência.

A atuação da BIMS contempla M&A, Investment Banking e estruturação de dívida, sendo este último o core business do grupo e onde ele tem maior representatividade.

Entre os nomes que lideram as áreas estratégicas estão:

  • Danilo Salasar, que comanda a originação no Investment Banking e atuou anteriormente no BTG Pactual
  • Luiz Roberto Evangelista, também ex-BTG Pactual, à frente da área de estruturação e distribuição
  • Rui Gomes, com passagem pelo Boston Consulting Group (BCG), no comando das operações de M&A
  • Aloisio Teles, que lidera a gestão de fundos estruturados e carteiras administradas, após experiências na SAC Capital

A colaboração nasce com a proposta de integrar competências das duas instituições para explorar oportunidades em áreas complementares. Uma das metas é diversificar a gama de produtos financeiros oferecidos e ampliar a capacidade de atendimento a clientes institucionais.

A movimentação inclui negociações em estágio avançado para aquisição compartilhada de uma DTVM (Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários). A intenção é reforçar a presença institucional das duas casas no mercado de intermediação financeira, com foco em operações de maior escala. O processo está em análise pelo Banco Central.

Nova estrutura com junção da BIMS Capital e Virgo

Na governança da nova estrutura, Renato Barison permanece como CEO da BIMS Capital. Everaldo Oliveira, ex-CM Capital Markets, assume a presidência da Virgo.

Segundo Barison, a união tem como objetivo ampliar a capacidade operacional das empresas e posicioná-las de forma mais competitiva no atendimento a companhias de médio porte no Brasil.

“A intenção da joint venture é fortalecer a estrutura das companhias, gerar sinergias relevantes e ampliar significativamente o leque de produtos e serviços oferecidos aos nossos clientes.”

Ivos Kos, fundador da Virgo, afirma que “por muito tempo, focamos muito na estruturação de CRIs e CRAs e vemos que agora é hora de pivotar para outros serviços que esses mesmos clientes nos mostram que há uma lacuna no mercado.”

A iniciativa surge em um cenário de maior sofisticação do mercado financeiro local, em que a combinação de diferentes competências pode favorecer soluções mais adaptadas às necessidades das empresas brasileiras.