13/03/2021 - 15:00
A fabricante da primeira vacina contra covid-19 do Ocidente, a BioNTech, está construindo uma nova aliança para produção de doses, em um momento de escassez de produto e retomada das infecções em diversos países. A empresa alemã, que tem parceria com a Pfizer para produzir e distribuir sua vacina, formou uma aliança de 13 empresas, incluindo Novartis, Merck KGaA e Sanofi, com a meta de alcançar e talvez superar uma produção de dois bilhões de doses da vacina ainda em 2021.
A União Europeia tem enfrentado problemas para receber vacinas contratadas, já que fabricantes como a sueco-britânica AstraZeneca não têm cumprido promessas de entrega. O bloco foi mais lento do que seus aliados ocidentais para solicitar e aprovar as vacinas, o que aumentou as tensões com o Reino Unido e os EUA.
O cofundador e presidente-executivo da BioNTech, Ugur Sahin, disse ao The Wall Street Journal que percebeu no outono passado que a parceria com a Pfizer não seria suficiente para atender à demanda global. O diretor de operações da empresa, Sierk Poetting, acrescentou que a experiência demonstrou à BioNTech a urgência de lançar uma nova aliança, a fim de cumprir os compromissos na Europa e em outros mercados. Por meio dela, será produzido cerca de metade do fornecimento global de ingrediente ativo para a vacina contra covid-19, segundo Poetting.
Um dos desafios a serem enfrentados pela aliança é o fato da vacina da BioNTech usar novas técnicas sofisticadas que requerem poucos ingredientes e experiência. Isso implica uma cadeia de abastecimento vulnerável a controles de exportação que a UE, o Reino Unido e os EUA impuseram nos últimos meses, segundo funcionários da empresa.
Além disso, o número de parceiros, a complexidade do processo e as matérias-primas necessárias à produção da vacina da empresa – de DNA a enzimas, sais, açúcares e vários lipídios – tornam a cadeia de abastecimento delicada, com muitas possibilidades de gargalos. Fonte: Dow Jones Newswires.