Belle Brazil, Okay Brasil, Cores do Sol, Batucada e Yes Brasil são marcas de biquíni. Brasileiras, certo? Errado. Usufruindo da onda de popularidade das cores verde e amarela ao redor do planeta, fabricantes franceses e italianos adotaram o selo nacional para vender ? e muito ? o mais brasileiro dos trajes. O motivo é simples: abocanhar parte de um mercado que movimentou US$ 12,6 bilhões em 2004 e que tende a crescer ainda mais nos próximos anos. ?O mundo inteiro sabe que Brasil é sinônimo de biquínis de boa qualidade?, afirma a francesa Juliette Viry, que há um ano e meio montou a grife Colors do Brasil para vender vestuário de praia carioca no mercado europeu. Ela oferece desde biquínis enfeitados com fitas do Senhor do Bonfim a chinelos e bolsas estilizadas com a bandeira nacional. Vendeu 25 mil peças em 2004. ?O Brasil está na moda. Temos de aproveitar essa oportunidade.? E esse bom momento não está rendendo bons frutos apenas aos europeus. Nascidas no berço natural da moda praia, empresas brasileiras como Poko Pano, Mameluca, Rosa Chá, Salinas e Cia Marítima têm investido pesado para driblar a concorrência européia e reforçar ainda mais as suas marcas no exterior. ?Exportamos 90 mil biquínis no ano passado?, diz Paola Robba, da Poko Pano, que possui lojas próprias em Portugal e realiza várias campanhas publicitárias para reforçar sua marca internacional.

?As exportações já são metade do nosso faturamento anual.? Há ainda mais números que comprovam o esforço. O setor de moda praia é um dos que mais crescem no mercado internacional ?avançou 80% entre 2003 e 2004. De janeiro a junho deste ano, as exportações brasileiras de moda praia cresceram 18,6%. Portugal, Itália, Espanha e Holanda foram os principais compradores depois dos EUA. ?Nosso produto tem criatividade e preço competitivo?, comenta Rossildo Faria, gerente do departamento de comércio exterior da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil) que, ao lado da Apex (Agência de Promoção de Exportações), tem apostado na força da marca Brasil para incrementar as vendas do setor têxtil para o mercado internacional. A última grande empreitada aconteceu no berço da moda mundial: a França. Juntas, Apex e Abit investiram R$ 1 milhão para incluir o nome de 20 empresas brasileiras na maior feira mundial de moda praia e lingerie, a Lyon Mode City, realizada em Lyon, onde as marcas nacionais competiam com as européias que traziam Brasil no nome. Ser copiado é bom? ?Sim. Mostra que estamos virando referência?, comemora Maurício Penha, da Apex.