18/09/2025 - 7:00
Segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria, o Bitcoin possui uma volatilidade menor do que várias ações de gigantes de tecnologia da bolsa americana em janelas recentes – todavia demorou mais dias para apagar sua maior queda em um passado recente. O estudo aponta que a criptomoeda teve uma volatilidade menor do que das ações da Tesla e da Nvidia em janelas de 12 meses e 36 meses, por exemplo.
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O estudo da consultoria consiste em um comparativo da criptomoeda com as chamadas Magnificent Seven – termo popularizado por Michael Hartnett, estrategista-chefe do Bank of America, em 2023, que se refere ao grupo de sete empresas de tecnologia e inovação que vêm se destacando nos últimos anos por crescimento vultuoso, valorização e especialmente pela forte influência sobre índices de mercado nos EUA.
Atualmente são elas:
- Tesla
- Nvidia
- Meta
- Amazon
- Apple
- Alphabet
- Microsoft
O levantamento da Elos Ayta concluiu que, pelo critério da volatilidade, que mede a intensidade dos sobe-e-desce, a Tesla ficou no topo em uma janela de 12 meses, com 70%, enquanto a Nvidia marcou 49,8% e o Bitcoin, 38%.
Meta, Amazon e Apple vieram logo depois, entre 32% e 36%.
Já o Nasdaq (24%) e o S&P 500 (18,6%) mostraram oscilações bem menores.
No recorte de 36 meses, Tesla ainda lidera (62,1%), mas o Bitcoin sobe no ranking e alcança 44,5%. Em 60 meses, o jogo vira: a criptomoeda aparece com 55,1%, superando a Nvidia (51,8%) e ficando atrás apenas da Tesla (61,2%).
Nvidia e Meta tiveram drawdown maior do que Bitcoin
Outro ponto para avaliar o risco do Bitcoin ante os ativos das Magnificent Seven é o drawdown, métrica que avalia a queda mais forte desde um topo da cotação até o fundo antes de qualquer recuperação.
Em um ano, quem mais caiu foi a Nvidia (36,8%), seguida por Meta (34,1%) e Bitcoin (30%). Mas em três anos, a Tesla despencou 65%, enquanto Meta perdeu quase 40% e Nvidia repetiu os 36,8%.
Já no prazo de cinco anos, o destaque negativo volta a ser o Bitcoin, com tombo acumulado de 77,3%. Meta e Tesla vieram logo atrás, com quedas de 76,7% e 73,6%.
Por fim, a análise do tempo de recuperação mostra outro lado do risco. Tesla, no período de 12 meses, levou só 19 dias para apagar a pior queda, contra 149 dias do Bitcoin e 89 do S&P500.
Em 36 meses, porém, o cenário se alonga: as ações da Tesla precisaram de 539 dias, Amazon de 178 e Microsoft de 230. Já o Bitcoin manteve 149 dias.
Só que em cinco anos o quadro muda de novo: foram 672 dias até a criptomoeda se recuperar, contra 779 da Tesla, 694 da Amazon e 513 do S&P 500. A Apple foi a mais rápida, com 355 dias.
Desta forma, a Elos Ayta Consultoria categoriza que não existe um único vilão, e que o cruzamento dos três indicadores mostra que não há resposta simples à pergunta sobre qual é o ativo mais arriscado.
“Em determinados recortes, a volatilidade da Tesla ou da Nvidia supera a do Bitcoin; em outros, os Drawdowns históricos da Meta rivalizam com os da criptomoeda. Já o tempo de recuperação revela que mesmo ativos considerados ‘estáveis’ podem deixar o investidor preso por anos. O ponto central é que risco não se mede apenas pela oscilação diária, mas também pelo tamanho da queda e pelo tempo necessário para recuperar o fôlego”, diz a casa.
“Os dados mostram que a fama de vilão absoluto do Bitcoin é, em parte, injusta. Tesla, Meta e outras gigantes de tecnologia já provaram que também sabem ser protagonistas de crises violentas. Para o investidor comum, fica a lição: diversificação não é conselho de manual, mas a única forma de sobreviver à montanha-russa do mercado sem perder o sono”, completa.