O bitcoin acumula uma desvalorização de 66% no ano até esta terça-feira (27), saindo do patamar de R$ 260 mil para os atuais R$ 88 mil, tornando-se assim o pior investimento de 2022. Esta é a conclusão de um levantamento feito por Einar Rivero, head comercial do TradeMap.

A perda de confiança foi o que levou o bitcoin a se tornar o pior investimento do ano em termos de rentabilidade. A subida dos juros no mundo tirou atratividade dos ativos de risco e turbinou a renda fixa. Isto gerou perda de liquidez no mercado cripto, com os investidores se desfazendo dos ativos digitais.

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Outro fator que está relacionado a desvalorização foram as falências de várias companhias relacionadas a criptomoedas neste ano. Incluindo o colapso da FTX, que era uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo, no início de novembro. Após perceberem os graves problemas financeiros da empresa, investidores correram para sacar o capital que mantinham na companhia, o que resultou na quebra.

Este ano, os mineradores de bitcoins foram afetados pelos aumentos dos custos operacionais e pela queda do valor do Bitcoin. A lucratividade dos mineradores está intimamente ligada ao preço do bitcoin, já que eles recebem a criptomoeda como recompensa por resolver complexos quebra-cabeças matemáticos para verificar transações na blockchain. As recompensas recebidas são frequentemente liquidadas para financiar os custos operacionais.

De fato, o investidor de criptoativos teve muitos motivos para se preocupar em 2022. E para o ano que vem, o cenário não deve mudar. O Bitcoin pode permanecer sob pressão, já que vários mineradores provavelmente irão à falência, ofuscando a melhoria das condições macroeconômicas, de acordo com a gigante de investimentos VanEck.

“O Bitcoin testará US$ 10.000 a US$ 12.000 no primeiro trimestre em meio a uma onda de falências de mineradoras, que marcará o ponto mais baixo do inverno cripto”, disse Matthew Sigel, chefe de pesquisa de ativos digitais da VanEck, em um texto com as perspectivas para o ano de 2023.