O Bitcoin atingiu um novo recorde histórico nesta segunda-feira, 11, ao ultrapassar a cotação de US$ 87.000, em meio a expectativas de que as criptomoedas irão crescer em um ambiente regulatório mais favorável após a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA.

Maior e mais conhecida criptomoeda do mundo, o bitcoin mais do que dobrou em relação à baixa deste ano, de 38.505 dólares, e estava em 87.079 dólares, um aumento de quase 9% em relação ao final do último domingo, tendo anteriormente atingido um recorde de 87.460 dólares.

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Ações de empresas ligadas a criptomoedas listadas nos EUA também subiram, com a bolsa Coinbase Global saltando 22% e a iShares Bitcoin Trust avançando 13%.

Donald Trump se comprometeu durante a campanha a tornar os Estados Unidos “a capital mundial do bitcoin e das criptomoedas”, propondo um quadro regulatório extremamente flexível.

Embora inicialmente tenha se posicionado como crítico dessa classe de ativo, que ele mesmo chamou de “fraude”, Trump se tornou um de seus defensores e recentemente e lançou sua própria plataforma para negociar criptomoedas.

Já no dia do resultado das eleições nos Estados Unidos a criptomoeda renovou sua máxima à época, valorizando cerca de 9% em um só dia.

A valorização tem sido expressivamente maior do que a de outros pares, como o Ethereum, a segunda maior criptomoeda do mercado, que subiu 1,8% para US$ 3.320, representando alta de 41% na mesma janela.

Dicotomia sobre o Bitcoin na Casa Branca

Além de Donald Trump por si só ser um catalisador positivo para o Bitcoin e outras criptomoedas, ele reverteria um cenário que na prática tem se mostrado ruim para esse nicho do mercado.

Primeiramente porque o atual presidente dos Estados Unidos, tem chefiado um governo visto como hostil – especialmente por conta de declarações do presidente da Securities and Exchange Comission (SEC, agência reguladora do mercado financeiro dos EUA), Gary Gensler, que classificaram o mercado como ‘repleto de fraudes e má conduta’.

A expectativa é de que Trump o demita quando assumir o governo, conforme sinalizado previamente. “As regras serão escritas por pessoas que amam a sua indústria, e não a odeiam”, disse.

O endurecimento vem logo após casos que repercutiram negativamente e prejudicaram a indústria, como a fraude da FTX que lesou bilhões de dólares de clientes e culminou na prisão do fundador da empresa, Sam Bankman-Fried.

Além da troca no comando do executivo, os eleitores americanos também escolheram um congresso de maioria republicana e com diversos parlamentares ‘pró-cripto’, que devem flexibilizar a regulação do Bitcoin.

Falas de Trump

Ainda em meados de 2021, Trump declarou que o Bitcoin é uma ‘fraude’ e que ‘deveria ser muito, mas muito regulado’. No

Antes disso, em 2019, o presidente eleito dos EUA disse que não era simpático à criptomoeda porque as ‘cotações não tinham lastro em nada’ e ‘não eram dinheiro’.

Após paulatinamente atenuar suas críticas, em 2024, seu ano de campanha, o republicano disse que em seu mandato que o país seria ‘a capital das criptomoedas’.

Ele disse: “se a criptomoeda vai definir o futuro, ela será minerada, cunhada e feita nos Estados Unidos”.

Além da mudança de postura sobre o tema, Trump acenou para uma eventual nomeação de Elon Musk para seu governo, como ‘secretário de eficiência’.

Musk é um defensor de longa data de criptomoedas. Sua companhia, a Tesla, chegou a investir US$ 1,5 bilhão em Bitcoin em meados de 2021 .

O bilionário, aliás, foi acusado da prática de Pump e Dump (inflar e largar, do inglês) no mercado de criptomoedas por suas postagens no X, antigo Twitter – rede social o qual agora é dono.

Como os reguladores não podem acessar suas wallets e contas de corretora, Elon Musk nunca foi punido, apesar de ser investigado desde 2018 pela SEC.