A Black Friday de 2023 deve registrar um crescimento estimado de 12% no faturamento em relação ao evento de 2022. O período que abrange a data promocional, de quinta-feira (23/11) a domingo (26/11), também pode ficar marcado por uma elevação considerável nas vendas online, com o número de pedidos entre 7% e 11% maior que na data do ano passado.

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A perspectiva é que o comércio eletrônico fature R$ 6,92 bilhões na Black Friday 2023, contra R$ 6,15 bilhões no mesmo período de 2022. Apesar do avanço, os números ainda ficam abaixo do registrado nas Black Friday de 2020 (R$ 7,8 bilhões) e de 2021 (R$ 7,9 bilhões).

Os dados foram revelados nesta terça-feira, 24, pelo relatório “Estratégias e Expectativas para a Black Friday 2023”, divulgado pela Neotrust, empresa de soluções de inteligência.

De acordo com a empresa, o relatório foi produzido com base em dados coletados continuamente com mais de 2500 varejistas online de todo o País. A CONFI, empresa da qual a Neotrust faz parte, realiza monitoramentos mensais detalhados da evolução do cenário de e-commerce no Brasil, abrangendo uma média diária de 1,5 milhão de pedidos.

“Os dados de pesquisa apresentados no Relatório da Neotrust refletem o comportamento dos consumidores do comércio eletrônico brasileiro e é utilizado como base de dados por todo o mercado”, explica o Head de Vendas da Neotrust, Luis Otavio Cambraia.

O estudo indicou também que 54% dos entrevistados têm a intenção de antecipar suas compras de Natal durante o evento. No ano anterior, esse número representava apenas 27% das intenções. As categorias que mais terão impacto na queda de preços neste ano são as de roupas e calçados, perfume, maquiagem, cosméticos, chocolates e doces.

Descontos e frete grátis são os principais motivadores

Também de acordo com o relatório da Neotrust, 67% dos brasileiros afirmam que a Black Friday é uma das datas mais esperadas do ano no varejo, sendo que 52% dos entrevistados planejam comprar durante o evento deste ano, em comparação com 60% no ano anterior. Entre os compradores em potencial, 77% têm expectativas altas ou muito altas para as ofertas deste ano.

Quanto aos fatores que influenciam a decisão de compra, 67% dos entrevistados citam descontos nos produtos acima de 50%, enquanto 47% mencionam frete grátis como os principais motivadores para fazer compras não planejadas.

Além disso, 72% acreditam que os preços são realmente os mais baixos, tornando a data um momento chave para aproveitar ofertas vantajosas. Os dados mostram, ainda, que 28%dos consumidores esperam até a sexta-feira para fazer suas compras, enquanto 22% realizam compras ao longo do mês de novembro.

Sobre a pesquisa de produtos, 18% começam a acompanhar os preços seis meses antes do evento, 27% buscam três meses antes, 29% um mês antes e 9% começam a procurar 15 dias antes da Black Friday. Apenas 2% responderam que não planejam fazer pesquisa.

O relatório revela que 41% dos consumidores realizam pesquisas em sites de busca e 38% procuram em sites confiáveis em que já tiveram boas experiências. Mais ainda, 35% fazem pesquisas diretamente por meio dos aplicativos das lojas, 32% usam redes sociais e 30% buscam informações em sites especializados.

A pesquisa também aponta que 47%, quase metade dos compradores da Black Friday, planeja fazer compras tanto em lojas físicas quanto online, o que, segundo head de Vendas da Neotrust, Luis Cambraia, destaca a importância de implementar estratégias omnichannel.

“Entre as preferências pela loja física, os principais fatores motivadores são a possibilidade de ter o produto imediatamente, o atendimento personalizado e a confiança na troca do produto”, destaca Cambraia.

Cartão de crédito e Pix são os meios de pagamento preferidos

Em relação às formas de pagamento, 68% dos entrevistados planejam usar cartão de crédito como o meio principal durante a Black Friday, seguido pelo Pix (51%), cartão de débito (28%), carteira digital (19%) e dinheiro (16%). Cambraia observou que o uso das carteiras digitais diminuiu no início de 2023 em favor do uso de cartões de crédito, enquanto o Pix tem continuado a ganhar tração.

Tíquete médio

No terceiro trimestre de 2023, de acordo com o levantamento da Neotrust, o faturamento do comércio eletrônico foi de R$ 35,6 bilhões, um aumento de 0,5% em comparação com o trimestre anterior. No entanto, o número de pedidos registrou uma diminuição de 0,7%, atingindo a marca de R$ 75,4 milhões.

O tíquete médio, que chegou a R$ 473 no terceiro trimestre de 2023, se aproxima do patamar histórico mais elevado. Em 2022, foi de R$ 454 e aumentou para R$ 597 durante a Black Friday. O tíquete estimado para a data promocional deste ano deve oscilar para alta, ficando acima de R$ 500. A Neotrust estima gastos estimados entre R$ 100 e R$ 1 mil. Número de compradores que pretendem gastar acima de R$ 2 mil também cresceu em relação a 2022.

“O setor de e-commerce vem refletindo o cenário macroeconômico, ainda em processo de recuperação, mas, como acontece todos os anos, a Black Friday irá, mais uma vez, impulsionar as vendas online”, finaliza.

Quase metade planeja instalar app para comprar

Com o objetivo de se preparar para as promoções e ofertas, 54% dos entrevistados afirmaram que se inscreveram em listas VIP e que baixam os aplicativos das lojas com antecedência.

Segundo o relatório, 86% das pessoas que instalaram algum aplicativo na Black Friday de 2022 o mantiveram instalado após a data. O relatório mostra ainda que 48% pretendem instalar um aplicativo que ainda não possuem em seus aparelhos para a Black Friday deste ano, enquanto 33% disseram ainda não saber.

Um dos motivos que fazem o usuários baixar o aplicativo da loja, segundo a pesquisa, é o frete grátis (58,8%), seguido de ofertas exclusivas (41,2%), acesso a cupons de desconto (39,2%), entrega rápida (33,3%), pagamento facilitado (15,7%), entre outros.

Produtos preferidos

Entre os produtos mais citados na pesquisa e que devem ter a preferência do consumidor para a Black Friday 2023, destacam-se:

  • Roupa ou calçados (33%);
  • Smartphone (33%);
  • Televisão (22%);
  • Tênis esportivos (22%);
  • Fritadeiras elétricas (airfryer) (20%);
  • Brinquedos (20%);
  • Itens de construção ou reforma (18%);
  • Computador/notebook (18%);
  • Viagens (16%);
  • Geladeira (16%);
  • Roupas e calçados infantis (15%)