Com a aproximação da Black Friday, muitas pessoas vão substituir seus aparelhos por novas versões de smartphones e notebooks. Anualmente, essa troca gera mais de 53 milhões de toneladas de lixo eletrônico em todo o mundo, segundo o The Global E-waste Monitor 2020.

Uma pesquisa da Green Eletron, gestora sem fins lucrativos de logística reversa, mostra que o Brasil é o quinto país com a menor taxa de reciclagem de lixo eletrônico no mundo. Hoje, o país sofre com poucas informações sobre o que é o lixo eletrônico e isso influencia diretamente na conscientização da população.

“O Brasil descartou, apenas em 2019, mais de 2 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, sendo que menos de 3% foi reciclado. Além das possíveis contaminações de solo e água com o descarte incorreto, também há um grande desperdício”, explica Ademir Brescansin, gerente executivo da Green Eletron.

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Ainda segundo a pesquisa, 87% já ouviram falar em lixo eletrônico e 42% dos brasileiros relacionaram o conceito aos aparelhos quebrados. Um terço dos entrevistados (33%), entretanto, acreditam que lixo eletrônico está relacionado ao meio digital, como spam, e-mails, fotos ou arquivos.

A maioria dos brasileiros (87%) guarda algum tipo de eletroeletrônico sem utilidade em casa e mais de 30% fica com eles por mais de um ano. Jovens com idades entre 18 e 25 anos declaram maior desconhecimento do que é lixo eletrônico (14%), contra 5% dos adultos de 26 a 45 anos e 3% dos mais experientes (46 a 65 anos).

E como o descarte correto deve ser feito?

O lixo eletrônico tem o nome técnico de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE). Ele abrange não somente computadores e celulares, mas qualquer tipo de eletrodoméstico, como micro-ondas, geladeiras e máquinas de lavar.

Além de aparelhos menores, como furadeiras, panelas elétricas e qualquer tipo de pilha ou bateria. Tanto os equipamentos quanto as baterias possuem substâncias que se jogadas no lixo e enviadas a aterros sanitários podem produzir danos importantes ao meio ambiente.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305, de 2010) atribui ao fabricante a obrigação de dar o destino, processo também chamado de “logística reversa”. Cabe aos proprietários dos equipamentos entregá-los para que possam ser corretamente descartados e reciclados.

Há diferentes iniciativas criadas para auxiliar as pessoas a descartar o lixo eletrônico corretamente. A Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree) tem em seu site um sistema para consulta de locais que recebem produtos eletrônicos e dão encaminhamento ambientalmente adequado. A associação conta com mais de 1,3 mil pontos de coleta.