21/10/2021 - 22:25
Você está ansioso para as promoções da Black Friday? Criada nos Estados Unidos, a data já entrou para o calendário do varejo brasileiro e os consumidores gostam de aproveitar os preços mais baixos para adiantar as compras de Natal.
Na edição de 2021, a data ocorrerá na última sexta-feira de novembro (dia 26) e, com o crescimento do e-commerce durante a pandemia da Covid-19, muitos consumidores planejam realizar as suas compras online. A seguir, veja 7 cuidados na hora de aproveitar as promoções e não cair em ciladas.
1. Preços
O principal atrativo da Black Friday é o preço. Mas como saber se o produto realmente está em promoção? Para a assessora econômica da FecomercioSP, Kelly Carvalho, a melhor maneira de identificar se o valor do item foi reduzido é a pesquisa.
“Se o consumidor espera a Black Friday para realizar essa compra, é preciso buscar o preço antes, na loja onde ele pretende comprar e nas concorrentes. Outro método que pode ajudar nesse momento são as plataformas de comparação e histórico de preços”, explica Kelly.
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O CDO da Lambda3, Ahirton Lopes, também acredita que os comparadores de preços podem ajudar o consumidor na hora da compra. “O ideal hoje em dia é a utilização de sites, extensões e apps de comparação de preços. Com isso, os usuários têm praticidade e comodidade na hora de escolher as melhores ofertas”, completa Lopes.
Entre os comparadores de preço mais conhecidos estão: Buscapé, Zoom, Google Shopping, JáCotei, Bondfaro, Compare TechTudo e Promobit. Além disso, os especialistas recomendam que o consumidor não aja por impulso durante as compras.
“Além de observar o preço, é muito importante ver as condições de pagamento que a loja está oferecendo, já que isso pode mexer no valor final do produto. O valor do frete também tem que ser pensado. Os e-commerces têm os simuladores próprios de frete e o cliente já pode conferir isso antes de comprar”, afirma Kelly.
2. Sites falsos
Um problema que cresceu durante a pandemia foi o golpe com sites falsos. Os criminosos montam páginas quase idênticas às de lojas reais e, além do valor do produto, roubam os dados dos consumidores. Esse golpe geralmente ocorre com o fishing, onde os golpistas enviam um link por email com o site falso.
De acordo com Kelly Carvalho, além de não clicar em links de e-mails suspeitos, o consumidor deve verificar a URL (endereço) da página. “O site parece verdadeiro, mas, às vezes, eles substituem um “o” por um “0”. A ortografia correta também pode ser um indicador de fraude e URLs que terminam em .org.br”, diz.
Já Bruno Giordano, CSO da Ativy, ressalta a importância de desconfiar de preços muito baixos e quando o único método de pagamento oferecido é via boleto bancário. Outro ponto é pesquisar pela reputação da loja no Google.
“Desconfie quando o próprio site não possui os links para as políticas de privacidade, devolução e dados para contato. Sempre verifique se as informações do certificado digital, o famoso “cadeado”, estão registradas para o domínio da empresa em questão”, completa Giordano.
Segundo Ahirton Lopes, um site de pesquisa de domínio muito usado é o whois, que mostra se de fato aquele domínio pertence à loja em questão. Outro ponto são os certificados de criptografia de antivírus como McAfee, PayPal e Norton.
3. Cartão de Crédito
O cartão de crédito é um dos métodos mais usados pelos consumidores durante a Black Friday, principalmente pela oportunidade de parcelamento da compra. Para Bruno Giordano, um ponto de atenção é quando o site pede todos os dados do cliente de uma vez.
“Por exemplo, quando passarem a exigir, endereço de cobrança, senha do cartão, código de segurança e o número do cartão, a probabilidade de ter seus dados comprometidos é alta. Nunca forneça seus dados por telefone durante um processo de validação de uma compra online”, completa.
Já Ahirton Lopes ressalta que se for verificada uma fraude a partir de compra com o cartão de crédito deve-se entrar imediatamente em contato com o seu banco e com a loja. Além disso, o consumidor deve registrar boletim de ocorrência.
Os especialistas destacam que o cartão virtual é considerado mais seguro e uma boa medida preventiva para as compras online. Ele funciona como um “espelho do cartão original”, mas com a diferença de possuir dados provisórios, que valem para uma única compra. Isso evita que o cibercriminoso armazene seus dados para compras futuras.
4. Cashback
Uma técnica que virou moda nos últimos tempos é o cashback. O método devolve parte do valor da compra em crédito para uma compra futura. Os especialistas explicam que o meio ajuda na fidelização do cliente, mas, nem sempre, é uma vantagem.
Segundo a assessora econômica da FecomercioSP, para o lojista, nem sempre o cashback será benéfico, já que esse valor que será devolvido para o cliente precisa caber no orçamento da loja. “Nem sempre é interessante para o consumidor também. Se ele não imaginar uma nova compra na loja pelos próximos meses, o cashback pode não ser o mais interessante”, diz.
Lopes destaca que o modelo já é muito comum em outros países. “Para os consumidores, serviços como Meliuz e AME são boas alternativas, haja vista que você recebe descontos no momento da compra, podendo utilizar o dinheiro economizado para saldar dívidas, efetuar ainda mais compras ou até fazer investimentos”, complementa.
5. Frete
Muitas empresas têm a política de frete grátis durante a Black Friday, mas esse frete é pago pela empresa? Apesar de causar estranhamento, a política de valor mínimo de compra para o frete grátis é legal, segundo os especialistas. O frete grátis para determinadas regiões também é um método válido.
Kelly Carvalho explica que o planejamento para datas comemorativas ocorre geralmente com um ano de antecedência. Durante esse planejamento a empresa vai entender se pode ou não oferecer o frete grátis para o cliente.
“Isso acontece de acordo com a estrutura de cada negócio, mas esse processo deve ser transparente com o cliente. Com a pesquisa antecipada, o cliente consegue saber se o preço foi absorvido pela empresa de fato ou repassado no produto”, comenta.
De acordo com o CEO da Intelipost, Stefan Rehm, o valor do frete é o principal motivo para a desistência da compra, com 44% dos consumidores abandonando o carrinho devido ao alto valor de frete apresentado pelo e-commerce.
“Uma boa prática é sempre oferecer uma opção de frete econômica, com um prazo maior que o frete padrão, e também uma modalidade expressa, neste caso com o valor acima do frete normal. Para as empresas, é importante limitar o frete grátis de uma forma onde a margem do produto seja equivalente ao custo do frete”, diz Rehm.
6. Entrega
O momento de entrega também gera muitas dúvidas nos consumidores. Em caso de extravio do produto ou entrega não completada, como o consumidor deve proceder? A responsabilidade é da loja ou do serviço de entrega?
Segundo Kelly Carvalho, o processo de entrega é responsabilidade da loja perante ao consumidor, já que a empresa tem que garantir a entrega do produto. Após resolvido o problema do cliente, a loja vai acionar a transportadora.
“Se houver um problema, a loja precisa tentar entregar o produto novamente e, se o consumidor não quiser mais, é necessário devolver o valor do produto, inclusive a taxa de frete. Além disso, é importante proporcionar uma boa experiência de compra para o consumidor, o que pode resultar em um brinde ou agrado para se desculpar”, diz a assessora.
Stefan Rehm destaca que, principalmente nesse período de mais compras, é importante as empresas estabelecerem os termos com as transportadoras no momento da contratação dos serviços de entregas e coletas. Esses acordos também ajudam que as entregas sejam realizadas conforme as expectativas do consumidor, ou seja, no prazo informado no momento da compra.
7. Reclamações
Se, mesmo com todos esses cuidados, o consumidor for vítima de uma fraude, o CDO da Lambda3, Ahirton Lopes, diz que é importante o registro do boletim de ocorrência. Além disso, os consumidores lesados devem postar reclamações em portais como o Reclame Aqui para auxiliar outros compradores.
O Procon também alerta que os consumidores devem pesquisar se não há reclamações contra a empresa. Vale também pesquisar pelo nome da empresa em ferramentas de busca e desconfiar de sites os quais não constam dados básicos do fornecedor como endereço completo e CNPJ.
“Outras medidas são: alertar a loja, em caso de site falso, entrar em contato com seu banco para eventuais bloqueios e verificações de cartão de crédito, bem como procurar atendimento no Procon de seu Estado e em outros órgãos tal como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor”, finaliza Lopes.