O bloqueio de R$ 2,635 bilhões de gastos não obrigatórios do Orçamento Geral da União de 2022, anunciado pelo Ministério da Economia no último 22 de setembro, atingiu 11 ministérios, sendo que o Ministério do Desenvolvimento Regional e o da Saúde foram os mais afetados.

A informação foi disponibilizada pelo governo apenas após pedido por meio da Lei de Acesso à Informação, já que após a data da divulgação do bloqueio, feito no quarto Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas do orçamento de 2022, não houve nenhuma complementação do governo sobre quais valores seriam bloqueados, algo que geralmente é feito.

+ ‘Com o teto, o Brasil estaria crescendo 3%’

+ Crescimento do Brasil de 2019 a 2022 deve ser de 1,14%, diz FMI

Tanto que a previsão era que a especificação dos cortes seria divulgada por meio de decreto presidencial até o fim de setembro, o que acabou não ocorrendo.

No entanto, o governo justificou o contingenciamento à época pela necessidade de evitar um estouro do teto de gastos, já que ele determina que o aumento das despesas da União em determinado ano não pode ficar acima da inflação medida do ano anterior, evitando um aumento que torne o cumprimento da obrigação mais difícil posteriormente.

Os dados apontam que, dentre os ministérios mais atingidos, o primeiro da lista é o Ministério do Desenvolvimento Regional, que teve R$ 1,228 bilhão bloqueados. Em seguida aparece o Ministério da Saúde, com R$ 718 milhões contingenciados. Já o Ministério da Cidadania teve R$ 384 milhões bloqueados.

Os demais foram:

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
R$ 196,2 milhões
Ministério da EducaçãoR$ 51,3 milhões
Ministério da Justiça e Segurança PúblicaR$ 18,4 milhões
Ministério do TurismoR$ 14,5 milhões
Ministério da DefesaR$ 13,6 milhões
Ministério do Meio AmbienteR$ 6,6 milhões
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos HumanosR$ 2,3 milhões
Ministério de Minas e EnergiaR$ 0,1 milhão

Relatório Bimestral

O Ministério da Economia divulga, a cada dois meses, um relatório com a avaliação de receitas e despesas que é usado como parâmetro para a execução do Orçamento do governo.

Por meio dele, a equipe econômica do governo faz cálculos sobre a evolução da economia, da inflação e das receitas e despesas do governo para que seja bloqueado um valor mínimo para cumprir o teto de gastos.