As medidas do Tesouro Direto estão funcionando para atrair o investidor pessoa física para o ambiente de bolsa de valores, disse nesta sexta-feira, 15, o diretor executivo de Produtos da BM&FBovespa, Eduardo Guardia. “Esse é um produto que acreditamos muito na linha da diversificação, ele vem crescendo”, disse, destacando ser “bastante adequado para a pessoa física”.

Guardia destacou ainda que há 110 mil pessoas físicas no Tesouro Direto, sendo que apenas metade de aplicadores em ações. “Estamos oferecendo um bom produto, bastante competitivo. E com ele estamos atraindo essa pessoa física para o ambiente de bolsa”, disse.

Ao fim do primeiro trimestre do ano, o Tesouro Direto totalizou R$ 15 bilhões de estoque médio registrado, novo recorde com alta de 40,6% na relação anual. O número total de investidores é de 141,8 mil, segundo informou a companhia no relatório que acompanhou o demonstrativo financeiro divulgado nesta quinta-feira, 14.

O executivo citou ainda que a companhia aperfeiçoou o programa de incentivo para as corretoras que oferecem títulos do Tesouro Direto. Pelo programa, a Bolsa repassa 1/3 das taxas pagas pelos investidores às corretoras, de acordo com o volume de papéis vendido.

Entre as mudanças do Tesouro Direto anunciadas neste ano pelo governo está a recompra diária de títulos pelo Tesouro Nacional, a mudança nos nomes dos títulos e a criação de um novo papel prefixado de longo prazo. Também foi criado um papel prefixado de longo prazo (Tesouro Prefixado 2021), para atender a demanda identificada pelo Tesouro por papéis com esse perfil. Além disso, houve mudança também na nomenclatura dos títulos, que foi simplificada para facilitar o entendimento da remuneração de cada papel para o investidor.

Derivativos

De acordo com Daniel Sonder, diretor executivo de Finanças e de Relações com Investidores da BM&FBovespa, o mercado de derivativos é hoje o maior negócio da companhia. No primeiro trimestre do ano as receitas com derivativos representaram 45,9% do total, segundo a empresa.

O segmento foi beneficiado pelo aprimoramento nas políticas de preços e incentivos e ainda pelo impacto da desvalorização do real em relação ao dólar, de acordo com o executivo. “Temos um modelo de negócio protegido para diversos cenários, tanto de maior entusiasmo em ações quanto para momento de deslocamento do câmbio. Um terço da nossa receita está atrelada a produtos e serviços cobrados em dólar”, disse o executivo. “Isso nos permite atravessar os cenários com robustez em nossa geração de caixa”, completou.