09/05/2014 - 16:39
A BM&FBovespa deverá continuar a ser a única bolsa a atuar no mercado brasileiro nos próximos anos. Pelo menos, é isso que espera o presidente da companhia, Edemir Pinto. “Acho que a concorrência perdeu o timing, perdeu o bonde”, disse o executivo durante a coletiva de resultados, na sexta-feira 9. “Ninguém voltou a ouviu falar deles, não é?”, questionou Edemir, em referência à Direct Edge, Bats e ATS, que anunciaram intenção de vir para o Brasil.
Com isso, a BM&FBovespa já se planeja para os próximos dois anos, quando grandes projetos, como a integração das clearings, devem ser concluídos. “A partir de 2016, vamos ter um Capex (investimento) de manutenção, vamos entrar em voo de cruzeiro. Então, voltaremos a nossa atenção para a internacionalização da bolsa”, disse. Nos planos, estão parcerias de roteamento de ordens com mercados da América Latina, Ásia e Europa. “Pode acontecer de fazermos ‘sociedades’, mas serão consequência do roteamento”, afirma, em referência a fusões e aquisições.
O primeiro projeto nesse sentido foi firmado em 2012, quando a BM&FBovespa fez uma parceria para desenvolver o mercado de derivativos da bolsa de Santiago, no Chile. A operação está em análise pelo órgão regulador chileno. “O presidente da bolsa me disse que deve ter um posicionamento nos próximos dias.”
Olhando para o momento atual, o cenário é de grandes desafios, segundo Edemir Pinto. Prova disso, são os resultados do primeiro trimestre que foram divulgados na noite de quinta-feira 8. A receita total da BM&FBovespa caiu 5,9% atingindo R$ 546,1 milhões, enquanto o lucro líquido alcançou R$ 256,1 milhões, recuo de 4,1%.
Também caiu o volume negociado no segmento Bovespa, em 14,1%. “Mas já estamos vendo uma retomada em abril e maio”, afirma Eduardo Guardia, diretor executivo de produtos e relações com investidores da bolsa. O giro diário no mês passado ficou em torno de R$ 7,5 bilhões e, neste mês, está na casa dos R$ 8 bilhões.
“2014 ficará marcado como o ano da transformação da bolsa: entregamos o PUMA, que substituiu quatro plataformas, o datacenter e a bola da vez é a clearing única que ainda depende da aprovação do Banco Central”, diz Edemir.