O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta terça-feira, 24, que destinará, em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) da Organização das Nações Unidas (ONU), R$ 1,8 bilhão para projetos que tenham como foco a segurança alimentar e a resiliência climática em áreas de semiárido dos nove estados da região Nordeste.

Parte dos recursos anunciados será reembolsável, ou seja, será destinada a financiamento de iniciativas, enquanto outra fatia será não reembolsável, configurando doações. Segundo o banco de fomento, a previsão é que 439 mil famílias sejam beneficiadas por projetos de segurança alimentar e combate aos efeitos da seca.

“Serão beneficiadas cerca de 1,8 milhão de pessoas em situação de vulnerabilidade social”, previu o BNDES, em nota.

O anúncio foi celebrado em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Estiveram presentes ainda os nove governadores integrantes do Consórcio Nordeste, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e o diretor do Fida no Brasil, Claus Reiner.

BNDES e Fida anunciaram o resultado do edital lançado em julho para a iniciativa Sertão Vivo, que apoiará com R$ 1 bilhão projetos de resiliência climática em áreas rurais de clima semiárido de estados do Nordeste.

“Os recursos são do BNDES e – numa iniciativa pioneira para um banco de desenvolvimento – de captação realizada junto ao Fida, cujos recursos provêm do Green Climate Fund (GCF), braço da ONU que financia, a custos incentivados, a implantação das metas do Acordo de Paris”, explicou a nota do banco de fomento.

“Além de conservar a biodiversidade, o edital visa fortalecer práticas agrícolas sustentáveis e o acesso a recursos hídricos que garantam produção de comida em quantidade e qualidade adequadas para famílias residentes em territórios com incidência de pobreza rural, vulnerabilidade climática e exposição histórica à seca e insegurança alimentar e nutricional.”

O BNDES comunicou também um aporte adicional de R$ 760 milhões com recursos próprios para viabilizar o apoio aos nove estados nordestinos, sendo aproximadamente R$ 130 milhões não reembolsáveis, provenientes do Fundo Socioambiental do Banco.

“A parte dos recursos a ser financiada, que será contratada pelos governos dos Estados, não ocasiona ônus financeiro aos beneficiados, que irão receber o apoio integralmente na forma não reembolsável”, informou o BNDES.

A iniciativa prevê o financiamento “de práticas agrícolas sustentáveis, por meio da elaboração de planos de manejo, da implantação de quintais produtivos e do tratamento biológico do esgoto”, contribuindo também para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

“O Sertão Vivo insere-se em um esforço mais amplo do governo brasileiro e do BNDES, de captar recursos internos e externos para financiar a agenda socioambiental, priorizando iniciativas que aliem a redução das emissões dos gases de efeito estufa e a conservação ambiental com a inclusão socioprodutiva”, acrescentou a nota.

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