05/04/2017 - 18:13
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve divulgar em maio edital para a escolha de gestor de um fundo de venture capital, empresas pequenas e que praticamente não encontram funding no mercado, de R$ 200 milhões, disse a diretora de mercado de capitais da instituição, Eliane Lustosa.
O banco de fomento trabalha também, segundo ela, em um outro fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) para provisão de recursos para empresas de médio porte que enfrentam dificuldade para acessar capital de giro no sistema bancário. Nos dois fundos, o banco deve entrar com 50% dos recursos e os gestores buscarem o restante no mercado.
“São iniciativas por meio das quais o banco quer participar para multiplicar, ou seja, trazer o mercado para a geração de projetos e atração de mais investidores”, disse em conversa com jornalistas após participar do Brazil Investment Forum do Bradesco BBI que acontece em São Paulo.
De acordo com Eliane, o tamanho do FIDC e o formato ainda estão em discussão, mas a ideia é que consiga ser estruturado até o final deste semestre.
A diretora do banco de fomento afirmou ainda que o fundo de energia renovável de R$ 500 milhões deve dar início às captações no início do segundo semestre. O BNDES participa com 50% dos recursos do fundo e colocará parte de sua carteira de R$ 2 bilhões em debêntures de infraestrutura em sua composição. O Vinchi Partners foi recentemente escolhido como gestor.
Eliane disse que o fundo de energia renovável, que ficou conhecido como fundo verde no mercado, quer fomentar projetos e movimentar o mercado. Por isso, ela ressalta que o desafio do gestor será trazer mais debêntures para o fundo, embora a carteira do BNDES seja suficiente para cumprir com a regulamentação que exige a presença de dois terços em papéis incentivados nos fundos para dar aos investidores o benefício da isenção de imposto de renda, previsto nas debêntures de infraestrutura, aos investidores.
A diretora do BNDES afirmou também que em meio às iniciativas para fomentar o uso das debêntures como funding para as empresas, incentivadas ou não, a expectativa é que sua carteira hoje em R$ 4 bilhões alcance R$ 10 bilhões ao final de 2018.
Entre essas iniciativas, ela mencionou o fomento ao mercado secundário de debêntures, onde o BNDES já atua, no entanto, de modo mais eficiente.
Na agenda estão ainda estudos sobre a concessão de avais e fianças. “Faz parte da diversificação de formas de atuação do banco para abrir espaço para a entrada do mercado”, citou.