“Padre Anchieta, né? Massacre escolar agendado”, dizia a mensagem, acompanhada da foto de uma arma, que circulava entre alunos e pais de três escolas de cidades diferentes. A suposta ameaça causou pânico nas unidades, familiares buscavam diretorias para obter mais informações e queriam buscar os filhos antes do término das aulas. Após o atentado na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), diversos colégios passaram a receber trotes com ameaça de possíveis ataques.

A mesma mensagem foi encaminhada a alunos e professores da Escola Estadual Padre Anchieta, em Diadema; Escola Miguel Vicente Cury, no bairro Padre Anchieta, em Campinas; e para a Escola Bady Bassit, na Vila Anchieta, em São José do Rio Preto. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, as três unidades tiveram aula normalmente e sem incidentes ontem.

“Pais ligavam ou vinham até a escola bastante nervosos, querendo saber se estava tudo bem, se havia acontecido algo. Alguns quiseram levar os filhos para casa. Uma situação que nunca vivemos antes”, contou uma professora da unidade de Campinas, que pediu anonimato.

A comerciante Susi dos Santos, de 39 anos, foi uma das mães que foram ao colégio, quando recebeu a mensagem nas redes sociais. “Depois do que aconteceu, ficamos em choque. Não arrisco deixar meu filho na escola, se tiver dúvidas sobre a segurança dele.”

Além do boato sobre a suposta ameaça, na unidade de Diadema também circulou nas redes sociais um falso comunicado da direção, orientando os pais a não enviarem os filhos à escola. “Não sabemos ainda se é apenas uma brincadeira de muito mau gosto ou uma ameaça real, mas, depois do lamentável episódio de Suzano, não podemos ficar imóveis”, dizia a mensagem que circulava entre os parentes. A secretaria informou que a direção não fez essa recomendação e disse que as aulas ocorreram normalmente.

“As mensagens parecem ser trote ou brincadeira mesmo, mas todo mundo está muito impactado com o que aconteceu. A gente prefere pecar pelo excesso de cuidado. Os alunos estão muito assustados e no dia do massacre só perguntavam e conversavam sobre como fugiriam e onde se esconderiam se entrasse uma atirador na escola”, disse uma professora da unidade de Diadema, que também não quis se identificar.

A comerciante Silvia Hirakawa, de 37 anos, ainda não sabe quando vai deixar o filho de 12 anos voltar às aulas na Estadual Luiza Hidaka, em Suzano. Ela recebeu mensagens e ouviu boatos de que havia planos para um ataque na unidade no mesmo dia em que houve o massacre. “Não sei se é verdade, mas não consigo arriscar. Ainda não sei se ele volta para a escola na próxima semana. Se tivesse dinheiro, matriculava em um colégio particular porque acho mais seguro”. A cidade decretou luto de três dias e toda a rede pública suspendeu as aulas.

Pais e professores pedem reforço na segurança das escolas. Os pedidos vão desde muros e portões até câmeras e fechaduras eletrônicas. A secretaria estadual diz fazer levantamento para identificar unidades mais “vulneráveis” e reavalia procedimentos de segurança.

Também informou que as aulas ocorrem normalmente nas escolas citadas pelo Estado, apesar de alguns pais terem “optado por não levar seus filhos”. A pasta não informou a taxa de faltosos nos últimos dois dias.

Já a pasta da Segurança Pública disse que não há registro de ocorrências nas delegacias da área. Acrescentou que equipes da PM estão atentas à movimentação nas unidades citadas.

Orientação

A pasta da Educação destacou a parceria com a Ronda Escolar da PM no entorno de todas as unidades da rede e disse que os colégios receberam orientações de como trabalhar o tema com pais e alunos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.