A Boeing planeja congelar contratações, reduzir viagens e está considerando demissões temporárias para economizar dinheiro durante a greve dos trabalhadores da fábrica que começou na semana passada, informou a empresa aos funcionários nesta segunda-feira, 16.

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A empresa disse que as medidas, que incluem a redução de gastos com fornecedores, são necessárias porque “nosso negócio está em um período difícil”.

A duração da greve será o principal fator de risco para a liquidez da Boeing, dizem os analistas do UBS em uma nota de pesquisa.

O UBS vê um efeito de fluxo de caixa livre de até US$ 8 bilhões em três cenários de duração da greve: uma greve de algumas semanas com um efeito mínimo, uma greve de um a dois meses resultando em um efeito de US$ 4 bilhões e uma greve até o final do ano resultando em US$ 8 bilhões.

Arbitragem com Embraer

Nesta segunda-feira, a Embraer anunciou que a Boeing pagará 150 milhões de dólares (cerca de R$ 825 milhões) à empresa após a conclusão de um processo de arbitragem entre as duas fabricantes de aeronaves.

O acordo marca a conclusão de um processo iniciado depois que a Boeing desistiu de um acordo para comprar a principal divisão da Embraer, a de jatos comerciais, por 4,2 bilhões de dólares, em 2020.

Na época, a Boeing disse que a Embraer não cumpriu condições para a conclusão da transação, enquanto a fabricante brasileira disse que a rival norte-americana desistiu por causa de problemas financeiros mais amplos. A discussão iniciou o processo arbitral.

A companhia brasileira não informou quando o pagamento deverá ser feito.

A Boeing afirmou em comunicado que “está satisfeita” por ter concluído o processo de arbitragem com a Embraer.

“De forma mais ampla, temos orgulho de nossos mais de 90 anos de parceria com o Brasil e esperamos continuar contribuindo para a indústria aeroespacial brasileira”, acrescentou.

*Com informações da Associated Press e Dow Jones Newswires