10/12/2018 - 13:45
A B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, lança nesta segunda-feira, 10, cinco novos produtos no mercado, ampliando a gama de operações disponíveis a investidores de varejo e institucionais. As novidades são: mini opções de dólar, futuros de moedas negociadas em dólares dos Estados Unidos, contrato de opções sobre futuros de DI, contratos futuros de ações e units e microcontrato futuro de S&P 500, um dos maiores índices do mercado acionário dos EUA.
Os produtos são a “primeira leva” de um conjunto de lançamentos que a B3 colocará no mercado até o final de 2019. Mais complexas, as cinco novidades são produtos derivativos: contratos no qual, diferentemente do mercado à vista, se estabelecem pagamentos futuros, cujos preços estão relacionados a ativos como ações, moedas ou índices. Eles surgiram diante da necessidade de negociação antecipada de mercadorias, por exemplo, reduzindo a incerteza quanto à variação de preço.
Por isso, apesar de os produtos estarem disponíveis a todos os tipos de investidor, dada a sua complexidade, são mais direcionados a investidores institucionais (como fundos) ou investidores pessoa física mais experientes – como traders, que operam com frequência -, já que exigem conhecimento do mercado financeiro.
“São produtos para um investidor mais profissional, pois o investidor comum ainda está num estágio muito preliminar”, diz Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper. “Tem gente que só agora saiu da poupança e foi para a renda fixa; e quem saiu da renda fixa ainda está se familiarizando com produtos como fundos imobiliários e ETFs.”
Segundo o superintendente de Equities da B3, Marcos Skistymas, um dos destaques são os contratos de futuros de moedas negociados em dólar. Atualmente, das 12 moedas que a B3 oferece, todas têm apenas paridade contra o real. “Hoje, se um investidor quiser operar uma moeda contra o dólar – o que tem sido a preferência -, precisa fazer dois contratos: primeiro, da moeda em questão para o real; e depois do real para o dólar”, diz. “Assim, um dos efeitos será a redução de custos.” Além das 12 moedas que a B3 já oferece, foram incluídas coroa norueguesa, rublo russo e coroa sueca.
Outro produto será a opção mini de dólar. Opções são contratos em que se negociam direitos de compra ou venda de determinado ativo. Ou seja: o investidor não compra/vende uma ação ou moeda no mercado futuro, mas negocia o direito de, se quiser e considerar vantajoso, comprar/vender, sem precisar necessariamente fazê-lo.
Segundo Skistymas, esse novo produto, de tamanho reduzido, tem ainda como objetivo trazer de volta liquidez que migrou ao longo dos últimos anos para o mercado offshore. De acordo com o superintendente da B3, hoje o mercado responde por 25% do registrado em 2008.
Com o mini de dólar, a ideia ainda é aumentar o leque de investidores, trazendo a pessoa física. Isso porque o contrato fica mais acessível: hoje, a opção de dólar tem valor mínimo de US$ 50 mil. Já na opção de mini dólar, cada contrato custará US$ 10 mil. “Além disso, teremos vencimentos semanais em vez de apenas mensais.”
Com o minicontrato futuro de S&P, um dos objetivos foi de complementar o portfólio da casa. A Bolsa já possui o contrato futuro do S&P, feito em parceria com o CME Group. Charles Farra, diretor executivo de Desenvolvimento de Mercado Internacional da CME, com foco em América Latina, destaca que esse lançamento dará acesso a uma maior gama de investidores, já que a variação de cada ponto do índice será de US$ 2,50. “Nossa parceria tem dez anos e esperamos por muitos mais anos de sucesso”, disse.
Já o lançamento do futuro de ações – que consiste em apostar na expectativa futura do valor de uma ação – visa a atender uma demanda do mercado diante do crescimento observado em importantes mercados globais.
Dentre as utilizações desse novo produto está a possibilidade de realização de hedge – proteção contra a variação de preços. Inicialmente, serão 12 ações: Petrobrás, Vale, Porto Seguro, Kroton, CCR, Cielo, Usiminas, Via Varejo, Cemig, Hypera, Grupo Pão de Açúcar e B3. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.