As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta sexta-feira, na esteira de uma série de indicadores relevantes da China e um dia depois de mais um pregão de máximas históricas em Nova York.

Dados publicados no fim da noite de ontem mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 6,1% em 2019, registrando seu menor ritmo de expansão em 29 anos em meio à guerra comercial com os EUA. Apenas no quarto trimestre, o PIB chinês teve aumento de 6% na comparação anual, o mesmo dos três meses anteriores, mas levemente abaixo da projeção de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de avanço de 6,1%.

Em dezembro, por outro lado, números da indústria e do varejo do gigante asiático surpreenderam positivamente. A produção industrial chinesa avançou 6,9% na comparação anual, acelerando de um aumento de 6,2% em novembro e superando projeções de alta de 5,9%. Já as vendas no varejo saltaram 8% no mês passado em relação a dezembro de 2018, repetindo o aumento de 8% de novembro e ultrapassando estimativas de acréscimo de 7,8%.

Na visão do economista para a China da Capital Economics, Martin Rasmussen, os dados mensais indicam melhora da segunda maior economia do mundo na passagem para 2020.

Na quarta-feira (15), China e EUA assinaram em Washington um acordo comercial preliminar que reverte parte das tarifas que os países impuseram a produtos um dos outro desde meados de 2018.

O principal índice acionário da China, o Xangai Composto, terminou a sessão de hoje em alta marginal de 0,05%, a 3.075,50 pontos, enquanto o japonês Nikkei subiu 0,45% em Tóquio, a 24.041,26 pontos, impulsionado por ações do setor automotivo, o Hang Seng avançou 0,60% em Hong Kong, a 29.056,42 pontos, o sul-coreano Kospi teve modesta valorização de 0,11% em Seul, a 2.250,57 pontos, e o Taiex apresentou ganho de 0,19% em Taiwan, a 12.090,29 pontos.

O Shenzhen Composto, índice chinês formado por empresas com menor valor de mercado, contrariou o viés positivo na Ásia e caiu 0,29%, a 1.806,28 pontos.

Entre quarta e hoje, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) injetou 900 bilhões de yuans no sistema financeiro, com o objetivo de manter ampla disponibilidade de recursos antes do feriado chinês do ano-novo lunar, que começa no dia 24 e se estenderá por uma semana.

Os ganhos quase generalizados na região asiática vieram também depois de um rali em Nova York, onde as bolsas fecharam ontem em novos patamares recordes, em reação a balanços trimestrais animadores e indicadores fortes dos EUA.

Na Oceania, a bolsa australiana fechou em nível inédito pelo quarto pregão seguido hoje, ajudada por ações ligadas à mineração e bens de consumo. O S&P/ASX 200 avançou 0,32% em Sydney, a 7.064,10 pontos. Contato: sergio.caldas@estadao.com.