As bolsas chinesas operam em forte alta no começo do pregão desta sexta-feira (pelo horário local), apesar de outros mercados acionários da Ásia terem hesitado na abertura, com os investidores tentando determinar se a recuperação mais recente das ações chinesas será sustentável e se a Grécia está mais próxima de fechar um acordo de ajuda com seus credores internacionais.

Por volta das 23h30 (de Brasília), o índice Xangai Composto subia 5,9%, a 3.927,48 pontos, enquanto o mercado de Shenzhen avançava 4% pouco antes das 23h, a 2.032,35 pontos, embora os negócios com mais da metade de todas as ações continuassem suspensos. O ChiNext, que é composto por empresas de pequeno valor de mercado, subia 4,1% às 23h20, a 2.535,89 pontos, atingindo o limite de valorização em menos de uma hora de negócios.

“Com as notícias da China começando a melhorar, poderá até mesmo haver um alívio se a incerteza sobre a permanência da Grécia (na zona do euro) for resolvida”, disseram analistas da Capital Economics em relatório. Líderes europeus deram a Atenas até domingo (12) para chegar a um acordo de resgate com seus credores.

Embora a bolsa de Xangai tenha registrado seu maior ganho diário em seis anos no pregão de quinta-feira, muitos investidores estão inseguros em relação à solidez do rali. Ainda que o governo chinês tenha lançado recentemente uma série de medidas de estímulos, Pequim ainda não conseguiu reverter a onda de liquidação mais ampla que domina os mercados locais há quatro semanas consecutivas.

“Como mais da metade das empresas listadas suspenderam os negócios com suas ações, é difícil acreditar que quaisquer movimentos não sejam transitórios”, comentou Tim Condon, analista da ING.

Apenas nesta semana, a China tentou coibir a prática de vendas de ações a descoberto, incentivou a compra de papéis de empresas com pequena capitalização e, por meio do PBoC, como é conhecido o seu banco central, prometeu mais liquidez para uma empresa controlada por um órgão regulador que financia investimentos com recursos emprestados. Apesar disso, a confiança dos investidores globais continua fraca e a forte intervenção estatal acabou contribuindo para a volatilidade nas bolsas chinesas.

Nos últimos dias, várias commodities também se enfraqueceram em meio a preocupações com a China, que está entre os maiores consumidores mundiais de petróleo e metais. Com informações da Dow Jones Newswires.