16/03/2020 - 9:38
Os mercados financeiros despencaram nesta segunda-feira e o barril de petróleo Brent também afundava, atingindo seu nível mais baixo desde 2016, em um contexto de pânico com o coronavírus, apesar dos esforços dos bancos centrais.
Wall Street teve um dos piores dias de sua história em meio ao pânico pelo avanço da pandemia. O Dow Jones Industrial Average despencou 12,94%, a maior queda desde outubro de 1987. O tecnológico Nasdaq caiu 12,32%.
Os preços do petróleo caíram ao nível mais baixo em quatro anos. Nos EUA, o WTI para entrega em abril fechou em 28,70 dólares, uma queda de 9,5%. O Brent do mar do Norte recuou 11%, a 30,05 dólares el barril.
A Bolsa de São Paulo fechou com queda de 13,92% e o real se desvalorizou ainda mais em relação dólar, que pela primeira vez ficou acima dos 5 reais. O índice Ibovespa fechou a 71.168 pontos, menor nível desde junho de 2018.
As bolsas de valores europeias fecharam nesta segunda-feira com uma queda acentuada. Em Madri, o IBEX-35 fechou com forte queda de 8,27%; em Milão (Itália), o FTSE MIB caiu 6,1%; em Paris, o CAC 40 caiu 5,75%; Frankfurt 5,31%; e Londres fechou com queda de 4,71%.
A queda nas ações europeias ocorre depois que as Bolsas asiáticas também fecharam no negativo: Xangai -3,4%, Shenzhen -4,83% e Hong Kong -4,03%. Por outro lado, a Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 2,46%, a 17.002,04 pontos.
Wall Street suspendeu as operações pouco depois da abertura nesta segunda-feira, no momento em que o índice S&P 500 registrava queda de mais de 8% em meio ao pânico generalizado.
A queda do S&P 500 ativou um mecanismo automático de interrupção das negociações por 15 minutos.
Na reabertura, o mercado continuava nervoso, com uma queda de 11,4% do índice Dow Jones, depois de recuar 9,76% antes da suspensão das negociações.
O mesmo aconteceu com a Bovespa, que interrompeu suas operações menos de meia hora depois do início da sessão, quando caía 12,53%.
O Federal Reserve (Fed) dos EUA reduziu brutalmente sua taxa de referência para zero no domingo, como Donald Trump vinha pedindo há meses, para tranquilizar um mercado severamente afetado pelas consequências da nova epidemia.
O Fed reduziu suas taxas principais para 0%-0,25% e anunciou que iria despejar US$ 700 bilhões no mercado. A última vez que baixou as taxas a esse nível foi em dezembro de 2008, em meio à brutal crise financeira dos “subprimes”.
Paralelamente ao Fed, o Banco Central Europeu (BCE) e os bancos centrais do Japão, Reino Unido, Canadá e Suíça relaxaram as condições de troca de divisas entre eles, a fim de garantir uma oferta suficiente em dólares.
Ao colapso dos mercados financeiros, acrescenta-se o das estatísticas econômicas que excederam as previsões mais pessimistas, particularmente na China, a segunda economia mundial atrás dos Estados Unidos.
A produção oficial chinesa contraiu pela primeira vez em 30 anos e as vendas no varejo caíram.
A pandemia de Covid-19 matou mais de 6.500 pessoas em todo o mundo, incluindo mais de 2.300 na Europa, o novo epicentro da pandemia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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