As bolsas da Europa fecharam sem sinal único nesta quarta-feira, 22, com o DAX renovando recorde histórico em Frankfurt, com o índice apoiado especialmente pelas empresas alemãs de tecnologia, com o setor repetindo um desempenho forte em outras praças. As perspectivas para a política monetária dos principais bancos centrais da região vêm ganhando foco, especialmente diante de uma série de declarações de dirigentes, e da ausência de grandes medidas tarifárias no começo do mandato presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Esteve ainda em foco a publicação de balanços.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,39%, a 528,04 pontos.

Segundo o Danske Bank, o foco dos investidores está mudando gradativamente nesta semana dos impactos de ameaças tarifárias de Trump para as decisões monetárias na próxima semana.

No Fórum Econômico Mundial, em Davos, dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) sinalizaram que um corte de juros é provável. François Villeroy de Galhau (França) projetou queda das taxas para nível próximo de 2% até o verão do Hemisfério Norte, enquanto Klass Knot (Holanda) disse estar “confortável” com relaxamento monetário nas próximas duas reuniões. Mais cautelosa, a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que espera uma redução gradual dos juros europeus, mas reiterou que os dirigentes não estão “atrás da curva”.

Em Frankfurt, a ação da Adidas subiu 6,04%, depois de superar expectativas de lucro em resultados do quarto trimestre. Entre outros destaques, a SAP avançou 1,67% e a Siemens Energy 6,53% ao seguir a euforia global com ações de semicondutores, após Trump anunciar pacote robusto de investimentos em data centers nos EUA. Na cidade, o DAX subiu 1,03%, a 21.259,21 pontos. Em Paris, o CAC 40 avançou 0,86%, a 7.837,40 pontos.

“Com a sua elevada sensibilidade às exportações, um regime imprevisível dos EUA assumindo o controle, incerteza política interna, a dependência energética persistente e uma perspectiva de crescimento medíocre, a economia alemã continua a ser emblemática dos desafios macroeconômicos da Europa em 2025”, aponta o Bank of America. Por sua vez, o banco lembra que o movimento implícito do DAX para as eleições de 23 de fevereiro é inferior aos maiores movimentos em torno de cada uma das últimas cinco eleições.

Por outro lado, em Milão, o FTSE MIB caiu 0,57%, a 35.854,07 pontos. Em Madri, o Ibex35 recuou 0,53%, a 11.864,20 pontos. Em Lisboa, o PSI teve queda de 0,96%, a 6.505,51 pontos. Fora da zona do euro, e interrompendo uma sequência de renovação de recordes, o FTSE 100 caiu 0,04%, a 8.545,13 pontos, em Londres.