As bolsas de Nova York fecharam na maioria em baixa, seguindo a publicação do payroll de novembro nos Estados Unidos, que mostrou uma criação de empregos e pressões salariais acima do esperado e sugeriu um maior aperto monetário por parte do Federal Reserve (Fed). Neste cenário, analistas observam quais devem ser os próximos passos da política monetária da autoridade, incluindo uma potencial taxa de juros terminal mais elevada.

O índice Dow Jones subiu 0,10%, aos 34.428,95 pontos, o S&P 500 recuou 0,12%, aos 4.071,63 pontos e o Nasdaq recuou 0,18%, aos 11.461,50 pontos.

Para Edward Moya, analista da Oanda, as ações caíram depois que o payroll mostrou que o mercado de trabalho, especialmente as pressões salariais, não está esfriando rapidamente. “Wall Street está coçando a cabeça, já que muitos traders esperavam ver a desaceleração do mercado de trabalho acelerar. O ganho de 263 mil empregos ficou quase acima da estimativa mais otimista e o ganho com salários foi grande. Os ganhos médios por hora aumentaram duas vezes mais rápido do que o previsto mensalmente, o que continuará alimentando as pressões inflacionárias”, observa o analista.

A economia americana gerou 263 mil empregos em novembro, acima da mediana das expectativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 200 mil. Além disso, o salário médio por hora teve crescimento de 0,55% em novembro, na comparação com outubro, quando a previsão era de 0,3%. Já a taxa de desemprego veio em linha com o esperado, mantendo-se em 3,7%.

“Advertimos que pode levar algum tempo para os mercados digerirem completamente os dados econômicos, mas a direção do mercado está de acordo com o que esperaríamos”, avalia a LPL Markets.

“Este relatório não significa que os riscos do Fed aumentar as taxas para 6% estão de volta à mesa. Pode acrescentar mais 25 pontos base à reunião de fevereiro e não altera a tendência dos dados tanto do mercado de trabalho quanto da inflação. Os trabalhos de serviço serão difíceis de derrubar, mas devem diminuir visivelmente assim que passarmos os feriados”, avalia Moya.