Wall Street e as bolsas europeias tiveram fortes quedas nesta terça-feira, assim como os mercados asiáticos, afetados por uma série de más notícias que reavivaram as preocupações sobre o vigor do crescimento econômico mundial.

Dúvidas sobre a solidez da recuperação econômica na China, indicadores macroeconômicos negativos no Japão, questionamentos sobre a solvência dos bancos europeus, queda da confiança nos lares americanos: um conjunto de fatores explica a desconfiança dos investidores.

O Dow Jones Industrial Average caiu mais de 3% antes de fechar com queda de 262,22 pontos (-2,65%), para 9.970,30, abaixo do piso psicológico de 10.000 pontos.

A bolsa eletrônica Nasdaq cedeu 85,47 pontos (-3,85%), a 2.135,18 pontos, e o índice ampliado S&P 500 caiu 33,33 pontos (-3,10%), a 1.041,24 pontos. Estes dois índices fecharam em seus níveis mais baixos do ano.

As principais bolsas europeias fecharam nesta terça-feira com queda de mais de 3%, com Madri liderando as perdas com uma baixa de 5,45%.

Paris perdeu 4,01%, Frankfurt, 3,33%, Londres, 3,10%, e Milão, 4,44%.

Na Ásia, a Bolsa de Xangai perdeu 4,27%, Hong Kong, 2,31%, e Tóquio, 1,27%.

Um conjunto de fatores explicava a desconfiança dos investidores, em primeiro lugar as novas preocupações sobre a solidez da retomada econômica na China.

“Em um ambiente muito frágil, não falta mais nada para o mercado cair”, afirmou um operador da Bolsa de Paris, completando que os temores sobre as dívidas soberanas voltaram ao primeiro plano.

Uma “série de indicadores mundiais” afetou os mercados de ações, afirmou por sua vez Craig Peckham, da Jefferies, particularmente as revisões do crescimento chinês.

O instituto de conjuntura privado Confederence Board revisou para baixo suas perspectivas de crescimento da China, colocando-o em 0,3% em abril, contra uma primeira estimativa de 1,7%.

Nesta terça-feira, também foram divulgados dados econômicos pouco alentadores no Japão, e foi divulgado que a confiança dos consumidores americanos caiu fortemente em junho.

O Banco de Compensações Financeiras (BIS) advertiu na segunda-feira sobre um risco de “recaída” da economia mundial em um período de crise se os governos não estabelecerem um prazo para seus planos de estímulo conjunturais e de políticas monetárias vantajosas.

Os bancos da zona do euro, entre eles os espanhóis, vivem uma semana crucial já que deverão reembolsar na quinta-feira um empréstimo gigante de 442 bilhões de euros ao Banco Central Europeu (BCE), em uma conjuntura de ressurgimento da crise do mercado interbancário.

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