O ex-taxista Alan Diego dos Santos, condenado por tentativa de atentado à bomba nas imediações do Aeroporto de Brasília no fim do ano passado, afirmou que esteve no acampamento golpista na capital federal por duvidar do código-fonte das urnas eletrônicas. No entanto, não soube dizer o que é código-fonte em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) nesta quinta-feira, 29.

“O senhor falou mais de uma vez aqui que os protestos eram para terem informações sobre o código-fonte. O que é o código-fonte?”, perguntou o deputado distrital Chico Vigilante (PT), presidente da CPI. “É isso que eu queria saber”, respondeu Alan. Questionado novamente, disse: “Não cabe a mim dizer o que que é, porque eu não sou entendido e não sei responder a essa pergunta”.

Alan dos Santos disse que os bolsonaristas acampados no Quartel-General do Exército em Brasília criaram expectativas sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas que indicariam a vitória do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais. “Na época, eu vi as pessoas criticando. (…) Nós achávamos que o Supremo Tribunal Federal não poderia ter o medo de revelar se tinha fraude ou não”, disse.

No depoimento, ele culpou os parlamentares federais por terem deixado as redes sociais repercutirem informações falsas sobre o código-fonte das urnas eletrônicas. “Se fosse para não ter estimulado a população, porque deixaram as redes sociais informar sobre esse código que dava a certeza se o Bolsonaro havia ganhado ou não ou se o Bolsonaro havia ganhado ou não?”, questionou o ex-taxista.

Ele também admitiu que levou uma dinamite para um caminhão carregado de querosene que estava próximo ao Aeroporto de Brasília. Segundo Alan, a confecção dos explosivos foi feita por George Washington, gerente de postos de combustível também condenado pela tentativa de atentado. Ele que também foi ouvido pela CPI do DF nesta quinta.

George Washington foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão e Alan Diego foi sentenciado a cinco anos e quatro meses, ambos em regime inicial fechado. Os dois estão presos no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Código-fonte

O código-fonte de um software é um conjunto de arquivos de texto contendo todas as instruções que devem ser executadas, expressas de forma ordenada numa linguagem de programação. Essas instruções determinam o que um programa de computador deve fazer – o que ele deve apresentar e como ele deve se comportar.

De acordo com o TSE, a urna eletrônica e todos os demais programas do sistema eletrônico de votação contêm seus próprios códigos-fonte, que podem ser acessados por partidos políticos e diversas outras entidades e autoridades previstas em resolução da Corte eleitoral, além dos investigadores do Teste Público de Segurança (TPS).