Por Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou sua participação no evento no Congresso Nacional para comemorar o Bicentenário da Independência e trocou a ida ao evento –que conta com chefes de Estado e outras autoridades– para conversar e tirar fotos com apoiadores, um dia após os atos e desfiles cívico-militares que participou pelo 7 de Setembro.

A confirmação da ausência de Bolsonaro –que chegou a incluir o evento em sua agenda oficial– foi anunciada pelo Twitter do Senado.

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Por ora, não houve um anúncio oficial do presidente ou do governo do motivo da não ida.

Em vez de participar da solenidade, o presidente e candidato à reeleição preferiu usar o tempo da manhã para estar com simpatizantes no Palácio do Alvorada, conforme transmissão feita por sua própria rede social.

Durante a transmissão, apoiadores chegaram a questionar o presidente se iria ao evento no Congresso, mas ele não respondeu.

Um ministro do governo disse reservadamente que Bolsonaro iria, mas soube que haveria discursos de senadores de esquerda contra o chefe do Executivo e por isso desistiu de ir.

Na véspera, Bolsonaro transformou as comemorações do Bicentenário da Independência em atos da sua campanha à reeleição e discursou em Brasília e no Rio de Janeiro.

Na cerimônia da capital, um desfile cívico-militar, o presidente não contou com a presença dos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), seu aliado que preferiu ficar em Maceió fazendo campanha.

Nesta quinta, entretanto, Pacheco é o anfitrião das celebrações no Congresso pelos 200 anos da independência, em evento que conta com a presença dos presidentes do Supremo e da Câmara, além de uma série de outras autoridades.

Entre os presentes, estão o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, os ex-presidentes José Sarney e Michel Temer, e o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Estão previstos os discursos de Pacheco, Lira, Fux e do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que é presidente da Comissão Especial Curadora do Senado para o Bicentenário da Independência do Brasil e também um dos coordenadores da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o principal adversário de Bolsonaro na eleição presidencial de outubro.

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