O cenário é o seguinte: Bolsonaro e Guedes em uma palestra remota com agentes do mercado financeiro. Depois de uma longa fala do ministro da Economia, cheia de promessas e apresentando os resultados que considera positivo para o Brasil, chega a hora do mais alto cargo do Executivo falar. A primeira pergunta é sobre como controlar a inflação ano que vem, caso seja eleito. Também surgiram questões relativas ao desemprego e ao crédito. Confrontado por todas essas dúvidas, o presidente Bolsonaro se tirou da linha de frente e disse que quem iria “responder isso daí é o Posto Ipiranga”. A insatisfação da plateia ficou clara. Primeiro porque a paciência do mercado financeiro com este governo parece estar no fim, segundo porque há grandes chances de Guedes não estar na equipe de comando da Economia em um eventual segundo mandato de Bolsonaro.

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Com mais chances de acompanhar Bolsonaro em um segundo mandato, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, também estava na teleconferência. Tarcísio Freitas (Infraestrutura) completou o time que prometia falar sobre os planos futuros para um público composto por investidores, empresários e agentes financeiros. Mas o evento, organizado pelo BTG Pactual, foi enveredando para outro caminho. Bolsonaro usou seu tempo de fala para ligar questões como uso de drogas e aborto ao PT. Condenou também os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em especial Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

Quando tentou se aventurar na área econômica, não disse o que gostaria de fazer enquanto presidente, mas garantiu saber o que Lula faria. “O que os senhores acham de nós revogarmos a autonomia do Banco Central, de revogarmos a reforma trabalhista, a reforma da Previdência, retornar o imposto sindical, reestatizar as empresas que foram desestatizadas, acabar com o teto de gastos, o governo começar a interferir nos preços da Petrobras e da energia?”, questionou. Ele também afirmou que o PT iria desarmar a população, fortalecer o MST e se aproximar do comunismo.