O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta terça-feira, 6, que os atos de 7 de setembro serão pacíficos, mas afirmou que os manifestantes vão pedir “eleições limpas”. Em Brasília, são esperados em torno de 500 mil apoiadores do chefe do Executivo. Bolsonaro tem convocado sua base eleitoral para sair às ruas na ocasião, que marca os 200 anos da Independência do Brasil, ao mesmo tempo que coloca em dúvida, sem provas, a confiabilidade das urnas eletrônicas.

“O que tem de errado nesse movimento que o pessoal faz de verde e amarelo? E vão de verde e amarelo amanhã (quarta. 7). Eu acho que vai ser um movimento nunca visto na história do Brasil. Aqui em Brasília vai ser grande, e tenho certeza que em Copacabana, no Rio de Janeiro, vai ser enorme”, declarou o presidente, em entrevista à Jovem Pan. “Eu sei que muita coisa vai acontecer ali, todas pacíficas, mas o mais importante é que vão falar em eleições limpas. Qual é o crime nisso?”, emendou.

Em 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro foi a manifestações antidemocráticas e chegou a afirmar que não cumpriria mais as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração gerou uma crise institucional no País, apaziguada dois dias depois com uma carta pública de recuo divulgada por Bolsonaro e escrita pelo ex-presidente Michel Temer, que indicou Moraes ao STF.

“Não tomei conhecimento de nenhum ato de violência”, disse o presidente sobre o 7 de setembro de 2021. Ao se dirigir aos apoiadores, ele pediu que compareçam de forma ordeira e pacífica. “Por que temer o povo? O poder emana do povo ou não? O povo tem que ser respeitado ou não? É o povo que tem que dar o norte para nós ou é um ou outro ministro do TSE, agora, que deve dar o norte para nós e dizer como têm que ser feitas as coisas?”, declarou, numa crítica à Justiça Eleitoral.

Bolsonaro voltou a atacar as urnas eletrônicas e disse que, se as sugestões das Forças Armadas para o processo eleitoral fossem aceitas, o risco de fraude se reduziria a “próximo de zero”. O presidente, contudo, novamente não apresentou provas ou indícios de irregularidades no sistema eletrônico de votação. “Eleições limpas, transparentes não têm que ser questionadas em lugar nenhum”, disse.