O presidente Jair Bolsonaro deve nomear Rodolfo Landim para a presidência do conselho de administração da Petrobras. A informação foi revelada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e confirmada pelo Estadão com um auxiliar direto do chefe do Poder Executivo.

Landim é um engenheiro da área de petróleo, mas tem notoriedade hoje por comandar o Flamengo. De acordo com relatos de um ministro, que pediu anonimato, o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, teve papel essencial na escolha do dirigente esportivo para o cargo de destaque na estatal.

O atual chefe do conselho de administração da empresa petrolífera, Eduardo Bacellar Leal Ferreira confirmou neste sábado, 5, à agência Reuters que vai sair do cargo. Ele citou como motivo o fato de querer dedicar mais tempo para a família. A troca deve ser oficializada na segunda-feira, 7.

O presidente do Flamengo, que precisará sair do comando do clube, é um dos nomes do mundo esportivo mais próximos do governo federal. Ele já foi recebido por Bolsonaro no Palácio do Planalto e também recepcionou Ciro Nogueira e a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, em uma visita à sede do time no ano passado, no Rio. Landim foi reeleito no final de 2021 como presidente do time e sua gestão iria até 2024.

Em janeiro, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, se reuniu com o presidente do Flamengo no Rio de Janeiro. Na ocasião, a agenda surpreendeu jornalistas, que questionaram o motivo do encontro ao MME. A pasta, no entanto, não se manifestou na ocasião.

Não é a primeira vez que Landim assume um cargo na Petrobras. De 2003 a 2006, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o dirigente esportivo foi presidente da BR Distribuidora.

No ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma denúncia para que o presidente do time e outras quatro pessoas respondessem por gestão fraudulenta. O caso, que é um desdobramento da Operação Greenfield, indica que os alvos teriam causado prejuízos a fundos de pensão.

A mudança no comando do conselho acontece em meio às reiteradas críticas de Bolsonaro à política de preços da Petrobras. O modelo atual, que passou a ser adotado em 2016, durante o governo de Michel Temer (MDB), atrela os preços à cotação do petróleo no mercado internacional. A política tem provocado um aumento dos preços dos combustíveis, o que provoca receio em Bolsonaro de perder apoio popular durante um ano eleitoral.