O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na manhã desta quinta-feira, 29, que o ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seguiu a jurisprudência do processo de cassação da chapa dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer ao votar contra o relator do caso, ministro Benedito Gonçalves. Ao desembarcar no Rio de Janeiro, Bolsonaro disse ainda que espera que os demais ministros sigam a tese de Araújo.

“Ele está seguindo a jurisprudência de 2017, no processo da chapa Dilma/Temer. Espero que os demais o acompanhem”, afirmou Bolsonaro, que disse ainda esperar um pedido de vista: “Eu gostaria. Não vou negar”.

Raul Araújo abriu a primeira divergência na retomada do julgamento que vai definir o futuro político do ex-presidente. Se for condenado, Bolsonaro pode ficar inelegível até 2030.

O ministro argumentou que, em sua avaliação, o ex-presidente apenas “expôs sua posição política sobre temas abertos ao diálogo público” ao atacar as urnas eletrônicas na reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022. O ministro classificou o encontro como “ato solene”. Também pregou, em diversos momentos, a “intervenção mínima” da Justiça Eleitoral para evitar uma “afetação indevida da autonomia” do voto popular.

Bolsonaro deve acompanhar o restante do julgamento em uma das casas de Carlos Bolsonaro na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. O ex-presidente deve embarcar ainda nesta quinta-feira para Belo Horizonte.