12/04/2021 - 12:34
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro reclamou da manhã desta segunda-feira da gravação e divulgação de uma conversa telefônica com o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) pelo parlamentar, mas pediu que fosse então publicada a íntegra da sua fala.
“Eu fui gravado em uma conversa telefônica, está certo? A que ponto chegamos no Brasil. Gravado”, reclamou Bolsonaro em conversa com apoiadores ao sair do Palácio da Alvorada.
Ao ouvir um dos apoiadores dizer que era “sacanagem” a publicação da gravação por Kajuru em suas redes sociais, o presidente respondeu e autorizou a divulgação do diálogo na íntegra.
“Não é vazar. É te gravar. A gravação é só com autorização judicial. Agora, gravar o presidente e divulgar… E outra, só para controle, falei mais coisas naquela conversa lá. Pode divulgar tudo da minha parte, tá?”, disse.
Na gravação, divulgada pelo senador no domingo, mas que segundo Kajuru foi feita na noite de sábado, durante uma conversa telefônica, Bolsonaro pede ao senador que amplie o escopo da CPI da Covid para incluir investigações sobre Estados e municípios.
“Se mudar (o objeto da CPI), dez para você, porque nós não temos nada a esconder”, disse Bolsonaro na conversa. “Se não mudar, a CPI vai simplesmente ouvir o (ex-ministro da Saúde Eduardo) Pazuello, ouvir gente nossa para fazer um relatório sacana.”
Kajuru divulgou as conversas em suas redes sociais afirmando ser uma “conversa clara e honesta” e não ter nada a esconder. Depois disso, o senador ainda disse ao jornal Estado de S. Paulo que Bolsonaro foi avisado de que ele iria publicar o áudio 20 minutos antes e que o presidente conversou com ele “sabendo que a conversa poderia ir ao ar”.
O próprio senador divulgou a entrevista em suas redes sociais reafirmando a informação.
Em sua fala nesta segunda, Bolsonaro não comenta se sabia estar sendo gravado e que Kajuru ia publicar o diálogo em suas redes sociais.