Papéis avulsos

 

O lucro de R$ 3 bilhões do Banco do Brasil no segundo trimeste de 2012, um crescimento de 20% em relação ao trimestre anterior, veio levemente acima dos prognósticos do mercado. Apesar de o banco presidido por Aldemir Bendine ter reduzido sua estimativa (guidance) de rentabilidade patrimonial máxima de 22% para 20%, devido às perspectivas de ganho menor com os juros, os analistas não consideram o resultado negativo. “A nova estimativa está alinhada com nossa expectativa de uma rentabilidade patrimonial de 18,4% para 2012”, diz Mario Pierry, analista do Deutsche Bank. Mesmo o problemático Banco Votorantim, que voltou a divulgar prejuízos, não assustou. O Votorantim anunciou perdas de R$ 536 milhões no segundo trimestre, resultado menos ruim do que as perdas de R$ 597 milhões do primeiro trimestre do ano. 

 

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Varejo


Hypermarcas sobe, mesmo com perdas do dólar

 

A Hypermarcas registrou um prejuízo líquido de R$ 29,9 milhões no segundo trimestre, revertendo os ganhos R$ 53,3 milhões do mesmo período de 2011. Segundo a companhia, a vilã foi a apreciação do dólar, que ampliou as despesas financeiras. Apesar do prejuízo, as ações da empresa subiram 2,76% na segunda-feira 13, pregão seguinte ao anúncio. Os analistas esperavam um resultado ainda pior. No ano, os papéis da companhia acumulam ganhos de mais de 60%.

 

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Touro x Urso

 

Os balanços nos Estados Unidos e no Brasil serão os vetores do mercado na semana. Por aqui, a combinação entre queda da atividade econômica e dólar valorizado gerou números ruins. Já nos EUA, bons números nos setores financeiro e de tecnologia vêm puxando as cotações. A dinâmica do mercado dependerá da queda de braço entre os touros americanos e os ursos brasileiros. 

 

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Destaque no pregão


Gol admite turbulências no balanço

 

A Gol, segunda maior companhia aérea do País, divulgou um prejuízo de R$ 715 milhões no segundo trimestre, um crescimento de 99,3% diante das perdas de R$ 358,7 milhões em 2011. Segundo o presidente Paulo Kakinoff, a alta do dólar, o aumento das taxas aeroportuárias e dos preços do combustível foram os principais fatores por trás do resultado. Ele afirmou que espera um segundo semestre melhor, mas ainda deverá mostrar prejuízos. Os investidores reagiram mal e e os papéis da Gol caíram 12,8% no pregão da terça-feira 14, cotados a R$ 9,55. O analista Daniel Spielberg, do Barclays Capital, prevê melhoras nos resultados dos próximos trimestres, mas mantém como neutra a recomendação para as ações da companhia.

 

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Mundo X


Prejuízos de R$ 1,15 bi

 

Depois de quase perder o posto de homem mais rico do Brasil, o empresário Eike Batista viu suas empresas acumular mais prejuízos no primeiro semestre e 2011. As companhias de capital aberto LLX (logística), MMX (mineração), MPX (energia), OGX (petróleo), OSX (estaleiro) e Portx (portos), todas controladas pela holding EBX, perderam R$ 1,15 bilhão nos primeiros seis meses de 2012, mais que o R$ 1,02 bilhão perdido em 2011. Segundo a consultoria Economática, o valor de mercado das empresas de Batista em 2012 já caiu R$ 24,4 bilhões. Em dezembro, as empresas valiam R$ 63 bilhões, ante R$ 38,6 bilhões registrados em 14 de agosto.

 

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Quem vai lá 


Recompra de ações depois do resultado

 

Depois de lucrar R$ 157,5 milhões no segundo trimestre de 2012, 64,3% mais que no mesmo período de 2011, a construtora Cyrela anunciou que vai recomprar 20,8 milhões de ações ordinárias para maximizar o valor aos acionistas. O mesmo deve fazer a Braskem, que anunciou a intenção de recomprar 13,3 milhões de papéis em circulação. Mas a petrolífera amargou um prejuízo de R$ 1,03 bilhão, ante um lucro líquido de R$ 420 milhões em 2011.


FIQUE DE OLHO: as empresas recompram ações quando elas estão valendo pouco, mas isso não garante a valorização dos papéis.

 

 

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Mercado em números


Banrisul 

R$ 22,9 bilhões - Foi o total de empréstimos do banco gaúcho no primeiro semestre, um crescimento de 21,5% em relação a 2011. Os créditos para pessoas físicas atingiram R$ 9 bilhões, e os de empresas, R$ 7,7 bilhões.

 

CSN

R$ 1 bilhão - Foi o prejuízo da siderúrgica CSN no segundo trimestre. A perda deveu-se à queda das ações da Usiminas compradas pela CSN.

 

Locamerica 

R$ 22,4 milhões - Foi o prejuízo da locadora de veículos no segundo trimestre de 2012, diante de um lucro de R$ 6,4 milhões no mesmo período de 2011. A redução do IPI prejudicou o resultado da empresa. 

 

Nutriplant 

R$ 9,6 milhões – Foi o lucro líquido no segundo trimestre, ante um prejuízo de R$ 2,4 milhões do mesmo período de 2011. No semestre, o lucro foi de R$ 6,7 milhões, ante perdas de R$ 4,7 milhões no ano passado.

 

Marfrig 

158,6% - Foi a alta no prejuízo da empresa de abril a junho de 2012, quando registrou perdas de R$ 245,9 milhões, diante dos R$ 95 milhões do mesmo período de 2011. 

 

 

  

 

Pelo mundo


Julius Baer compra private da Merrill Lynch fora dos EUA

 

O Julius Baer, terceiro maior banco suíço, comprou as operações do private banking da Merrill Lynch fora dos Estados Unidos por US$ 882 milhões. Com a aquisição, o banco reforçará sua presença na Ásia e no Oriente Médio, onde ficam dois terços dos clientes. As ações do Julius Baer fecharam, na terça-feira 14, em queda de 3,7% para 31,57 francos. 

 

 

 

 

Groupon despenca em Wall Street

 

As ações do site de ofertas Groupon chegaram a cair 23,6%, para US$ 5,77, após o anúncio de um lucro de US$ 28 milhões na terça-feira 14, revertendo as perdas de US$ 107 milhões em 2011. O volume de negócios aumentou 44,8% para US$ 568 milhões, mas o mercado esperava um avanço para US$ 573 milhões.

 

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GM quer comprar financeira global

 

A GM Financial, braço financeiro da montadora americana, está negociando a compra da financeira Ally Financial. O Tesouro dos EUA, que possui 74% dos ativos, anunciou a venda das operações na Europa, no Canadá e no México. A GM havia feito uma oferta em maio, sem sucesso. As ações da montadora fecharam estáveis, na terça-feira 14, a US$ 20,47.

 

 

 


Personagem


Sonae abre as portas do lucro

 

A incorporadora de shoppings Sonae Sierra Brasil lucrou R$ 172 milhões no segundo trimestre, 90% mais que em 2011. O CFO, Carlos Corrêa, diz que a estratégia do grupo é investir na construção de shoppings. Corrêa falou com a DINHEIRO:

 

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Carlos Corrêa, CFO: “No caso de compra, queremos ser majoritários ou gerentes do shopping”

 

A redução de impostos melhorou o resultado?

Sim, nosso lucro cresceu 90%. O corte no IPI nos beneficiou indiretamente, pois as vendas nas lojas aumentaram 9,2%. Nosso resultado também foi influenciado pela entrada do shopping de Uberlândia no portfólio e pelo reajuste dos aluguéis, que superou a inflação.

 

A Sonae começou a construir shoppings. Quando eles serão lucrativos? 

O tempo de maturação dos nossos empreendimentos é de três anos e meio. Devemos entregar mais duas unidades neste ano, Londrina e Goiânia. Se for para comprar, só entramos para ser majoritários ou para gerir o shopping. É o caso do Plaza Sul, onde nossa participação saltou de 30% para 60%. 

 

Os novos shoppings pertencem a fundos imobiliários?

Apenas o Shopping Dom Pedro, em Campinas, do qual possuímos 51%, tem a participação de um fundo imobiliário. Essa é uma boa alternativa de capitalização, mas não temos nada no radar.

 

Dos 47 shoppings da capital paulista, 24 apresentam irregularidades. Como isso afeta a Sonae Sierra?

Em São Paulo, não temos problemas desse tipo. Claro que existem regras para construção e funcionamento em todos os lugares. As leis devem ser iguais para todos. Não faz sentido uma cidade aplicar menos ou mais leis que outras.

 

 

 

Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira