A primeira grande notícia da economia global – em meio ao longo e tenebroso inverno de resultados europeus – veio do outro lado do mundo. Especificamente do motor chinês, que surpreendeu com as suas estatísticas e cravou uma forte expansão do crédito, acima do esperado, em outubro último. O desempenho nesse item está dentro de uma esteira de bons indicadores daquele país, entre os quais se destacam o crescimento recorde da produção industrial, de 9,6% no mês passado em relação a outubro de 2011, e o aumento das vendas a varejo, com avanço de 14,5% no mesmo período. A China foi além das apostas e o reflexo desses números sobre os demais mercados não tardará a chegar. 

 

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Mesmo nas fronteiras do Mercado Comum Europeu alguns sinais de retomada ou de resistência à crise vêm sendo notados. A Alemanha, por exemplo, mesmo longe de ser um oásis entre seus parceiros do bloco, tem conseguido apresentar taxas dignas de nota. O desemprego ali se encontra hoje na faixa de 5,4%, quase três vezes menos que a média local. E, apesar dos pesares, existe a perspectiva de um PIB positivo em 2012, da ordem de 0,9%. Perto dali, a Noruega, embora com uma representatividade econômica bem abaixo da dos grandes países do continente, vem esbanjando vitalidade. Nível de desemprego na casa de 2,8% – menor que no Brasil –, uma relação dívida/PIB de apenas 51,3% e projeção de aumento de 3,1% no Produto Interno Bruto ainda em 2012. 

 

Áustria e Suíça seguem a mesma toada e não são descartáveis as chances de uma contaminação positiva da região. Na ponta de cá do globo, além das perspectivas otimistas nos EUA com a reeleição de Barack Obama, que deve garantir a continuidade do programa de retomada da produção interna, o Brasil trabalha com projeções razoavelmente promissoras. O mercado financeiro, por exemplo, reduziu pela terceira vez consecutiva seus cálculos sobre a taxa básica de juros para 2013, que agora caiu de 7,63% ao ano para 7,25%. Também reviu suas previsões para a inflação, de 5,37% para 5,33% no IPCA. Pequenos ajustes, mas que animaram o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a garantir que o Brasil tem todas as condições de apresentar um crescimento do PIB acima do patamar de 4% no próximo ano. É o que todos almejam e no que muitos já passaram a acreditar.