09/06/2020 - 7:22
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que entende a revolta das pessoas que protestam no Reino Unido pela morte do afro-americano George Floyd nos Estados Unidos, mas advertiu que não vai tolerar a violência nem as infrações ao distanciamento para evitar o coronavírus.
“E então eu digo que sim, vocês estão corretos, nós estamos corretos, ao afirmar que as Vidas dos Negros Importam. E a todos aqueles que escolheram protestar pacificamente e que insistiram no distanciamento social, eu digo, sim, claro que eu escuto vocês, e eu entendo”, afirmou o chefe de Governo conservador em uma mensagem de vídeo divulgada na segunda-feira à noite.
As palavras de George Floyd, “Não consigo respirar”, enquanto era retido no chão por um policial branco, “despertaram uma raiva e um sentimento inegável e incontroverso de injustiça”, completou.
Porém, no momento em que o Reino Unido, o segundo país do mundo mais afetado pelo coronavírus, com mais de 40.000 mortes, sai gradualmente do confinamento, Johnson advertiu que “não apoiará os que desrespeitam as regras de distanciamento social, pela razão óbvia de que corremos o risco de novas infecções neste momento crítico”.
“E não, eu não apoiarei nem cederei aos que violam a lei, atacam a polícia polícia ou vandalizam monumentos públicos”, completou, em referência à derrubada da estátua de um comerciante de escravos em Bristol, sudoeste da Inglaterra, e aos danos provocados em uma estátua de Winston Churchill (primeiro-ministro durante a II Guerra Mundial) perto do Parlamento de Londres no fim de semana.
Quase 200 manifestações antirracistas mobilizaram mais de 100.000 pessoas no Reino Unido no sábado e domingo. Alguns distúrbios foram registrados e 135 pessoas foram detidas.
O prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, anunciou nesta terça-feira a criação de uma comissão para que monumentos e ruas da cidade reflitam a diversidade da população.
“A diversidade de nossa capital é nossa maior força, mas nossas estátuas, os nomes de nossas ruas e espaços públicos refletem uma época passada (…) Isto não pode continuar”, disse, antes de destacar que os manifestantes antirracistas levaram “com razão este tema à atenção pública”.