Os egípcios inventaram o perfume em 5.000 a.C.. Agora, acabam de descobrir o perfume brasileiro. A rede O Boticário inaugurou sua primeira loja no Cairo, capital do Egito. Trata-se de um show-room no maior shopping da cidade, que funcionará também como um escritório central para distribuir os produtos na África. A empresa paranaense comandada por Miguel Krigsner já está presente em 23 países com 59 lojas. Em julho, abriu um ponto em Riad (Arábia Saudita), onde pretende abrir outros nove até 2006. Tudo para que seus produtos cheguem mais longe e ultrapassem os atuais R$ 40 milhões em vendas no exterior, que representam 2% do R$ 1,9 bilhão do faturamento total. A expectativa é atingir R$ 45 milhões em 2005. ?Recebemos propostas de parcerias internacionais o tempo todo?, diz Elaine Simões, diretora de marketing e mercado internacional do Boticário. ?No Egito e na Arábia Saudita, temos parceiros locais que fizeram os investimentos?.

Na Europa, a história é diferente. Enquanto a concorrente Natura preferiu abrir lojas próprias, o Boticário, presente só em Portugal, não tem encontrado sócios adequados para se expandir. Os países árabes surgem como boas alternativas. Neles, há um nicho ainda não explorado que é perfeito para as empresas brasileiras: os produtos com apelo ecológico e com ingredientes extraídos da Amazônia. ?Egito e Arábia Saudita importam cerca de US$ 1 bilhão por ano em cosméticos, principalmente da Europa. Os consumidores querem uma alternativa. É um mercado promissor para companhias do Brasil?, explica Michel Alaby, da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.