A Bovespa abriu o pregão desta terça-feira, 27, em baixa, novamente testando o nível dos 48 mil pontos, em um movimento alinhado ao sinal negativo exibido pelas bolsas internacionais. Porém, as atenções dos investidores locais estão voltadas para a possível divulgação do balanço não auditado da Petrobras referente ao terceiro trimestre de 2014. Os setores elétrico e de saneamento também merecem destaque, em meio à iminência de um racionamento de energia, por causa da crise hídrica. Esse assunto pode estar na pauta da primeira reunião ministerial do governo reeleito.

Por volta das 10h25, o Ibovespa caía 1,48%, aos 47.856,48 pontos, na pontuação mínima do dia. Na máxima, o índice à vista segurou-se na estabilidade. Neste horário, as ações ON e PN da Petrobras recuavam 2,20% e 2,02%, nesta ordem.

A divulgação do balanço da estatal petrolífera relativo ao terceiro trimestre do ano passado é esperada para hoje, após o fechamento do mercado e do fim da reunião do Conselho de Administração da companhia. Analistas consultados pelo Broadcast ressaltam que ainda pairam questionamentos quanto à veracidade da baixa contábil estimada pela Petrobras para dimensionar o estrago causado pelo superfaturamento de projetos em seu patrimônio.

A avaliação é que o efeito dos números sobre as ações dependerá da capacidade de a Petrobras demonstrar que o resultado divulgado condiz com a realidade. Apesar das dúvidas, analistas acreditam que a decisão de publicar o resultado não auditado pela PricewaterhouseCoopers (PwC) é positiva, pois indica que a estatal busca maior transparência.

Também em destaque, as ações ON e PNA da Vale recuavam 1,58% e 1,72%, pressionadas por notícias negativas vindas da China, onde a queda do lucro das empresas do setor industrial indicou mais um sinal de fraqueza. Além disso, o preço do minério de ferro negociado no mercado à vista chinês renovou a mínima desde maio de 2009, a US$ 62,8 a tonelada.

Na área de saneamento, Sabesp e Copasa seguem no radar com a crise hídrica. Já no setor elétrico, além do risco de racionamento, outro assunto em pauta é o pagamento pelas distribuidoras da energia no mercado de curto prazo referente aos meses de novembro e dezembro. Ainda no mesmo horário, Sabesp ON caía 1,66% e Eletropaulo PN perdia 0,96%.

Os mercados domésticos aguardam a primeira reunião ministerial do segundo mandato de Dilma Rousseff, que tem início às 16 horas. Todos os 39 integrantes da Esplanada estarão presentes, mas o encontro na Granja do Torto deve ser dominado pela análise do cenário econômico a ser feita pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Durante a reunião, Dilma deve defender o ajuste fiscal e o corte de gastos comandado pela nova equipe econômica.