O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou que já foi identificada uma melhora na oferta de crédito em janeiro. “Nossa visão é de que o pior já passou. O ano é desafiador, mas com maior índice de previsibilidade”, destacou ele, em teleconferência com analistas e investidores, na manhã desta sexta-feira, 3. A carteira de crédito do Bradesco alcançou R$ 514,990 bilhões no quarto trimestre, queda de 1,3% em relação ao terceiro, quando ficou em R$ 521,771 bilhões. Em um ano, porém, quando estava em R$ 474,027 bilhões, os empréstimos apresentaram alta de 8,6%. O impulso veio da pessoa física, com elevação de 0,6% no trimestre e 16,4% no ano. Na contramão, o crédito à pessoa jurídica encolheu 2,2% no quarto trimestre em relação ao terceiro trimestre, mas cresceu 5,1% em 12 meses. O banco espera que a carteira de crédito expandida cresça de 1% a 5% em 2017 tanto no conceito “pró-forma”, que inclui a incorporação do HSBC Brasil no período de análise, como no “publicado”. “As novas safras de crédito estão se comportando bem melhor”, acrescentou o vice-presidente do Bradesco, Alexandre Gluher. O Bradesco reportou na quinta-feira, 2, antes da abertura do mercado, lucro líquido contábil de R$ 3,592 bilhões no quarto trimestre do ano passado, montante 17,5% menor que o registrado um ano antes, de R$ 4,353 bilhões. No ano de 2016, o lucro líquido contábil do banco alcançou R$ 15,084 bilhões, redução de 12,25% ante 2015, quando somou R$ 17,190 bilhões. PMEs O diretor de relações com o mercado do Bradesco, Carlos Firetti, disse que o crédito às pequenas e médias empresas (PMEs) deve voltar a crescer com a retomada da economia. De acordo com ele, é um segmento que o banco gosta de trabalhar, que está no seu DNA e também “bastante rentável”. “A carteira de pequena e média empresa está sofrendo por conta da baixa demanda para as empresas. O setor está sofrendo bastante com a economia. Com a retomada, essa carteira vai voltar a crescer. Até pelo fato de ter encolhido mais, tem mais espaço para se recuperar”, explicou Firetti, em teleconferência. Ao final do quarto trimestre, a carteira de pequena e média empresa teve redução de 7,3% em relação aos três meses anteriores, totalizando R$ 102,5 bilhões. Em um ano, a queda foi um pouco menor, de 7,1%. Firetti acrescentou que o Bradesco espera que a carteira de grandes empresas continue com bom nível de rendimento ainda. O segmento teve leve alta de 0,1% ao final de dezembro ante setembro e 11,4% em um ano, para R$ 240,4 bilhões. Já a pessoa física cresceu 0,6% e 16,4%, respectivamente. “A carteira de pessoas físicas está apresentando crescimento maior comparado com outras linhas e a percepção é de que deve continuar”, disse o executivo.