São Paulo, 12 – O Bradesco prevê que sua carteira de crédito no agronegócio continuará crescendo em 2024, embora em um ritmo mais lento do que no ano passado. Essa desaceleração é reflexo da queda dos preços dos insumos, mas, diz o diretor de agronegócio do Bradesco, Roberto França, a necessidade de crédito no setor permanece alta. “Mesmo com a redução nos preços, o agronegócio continuará demandando crédito, especialmente com o aumento da demanda global por alimentos, a expansão de terras e os investimentos em maquinário”, afirmou França ao Broadcast Agro, durante o Bradesco BBI Agro Summit, realizado nesta quarta-feira (11), em São Paulo.

Os fundamentos do agronegócio, segundo o executivo, continuam sólidos, com ajustes pontuais. “O produtor de grãos ainda está lucrando, embora com margens menores. A pecuária enfrentou um ciclo difícil, mas deve melhorar. Já o café, o algodão e o açúcar estão em fases excelentes”, explicou. França ressaltou, ainda, que, apesar da diminuição no crédito para soja e insumos, o setor agropecuário é intensivo em capital e a demanda por financiamento continuará forte em 2024.

Ele também apontou que a carteira agro do Bradesco tem crescido, em média, 10% ao ano. Para 2024, a expectativa é de um salto de R$ 115 bilhões para, aproximadamente, R$ 120 bilhões, graças à conquista de mercado – hoje, estima, são 70 mil clientes ativos.

Atualmente, o Bradesco tem 10% de sua carteira de crédito destinada ao agronegócio, sendo o líder entre os bancos privados. França vê nisso uma oportunidade de expansão: “Há muito espaço para crescermos nesse segmento.”