O índice de eficiência operacional (IEO) do Bradesco acumulado em 12 meses, que mostra a capacidade do banco de cobrir seus custos em relação à produção de riquezas, teve a sexta melhora seguida ao reduzir 0,4 ponto porcentual, para 37,9% em junho ante março. É o menor nível histórico do indicador. Em um ano, a melhora foi de 3,0 pontos porcentuais.

“Este resultado reflete os investimentos realizados no crescimento orgânico, que permitiram a evolução de nossas receitas e os esforços contínuos no controle das despesas, incluindo ações do Comitê de Eficiência e os investimentos em Tecnologia da Informação, que vêm proporcionando melhorias nos sistemas e processos internos”, destaca o Bradesco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, divulgado nesta quinta-feira, 30.

A melhora no comparativo trimestral foi influenciada, segundo o banco, pelo crescimento da margem financeira e das receitas de prestações de serviços e controle das despesas operacionais que evoluíram abaixo da inflação. “Todos estes fatores também contribuíram para a melhora do IEO no conceito ‘ajustado ao risco’, o qual reflete o impacto do risco associado às operações de crédito, que atingiu 46,5%, melhora de 0,4 ponto porcentual no trimestre”, acrescenta a instituição.

Despesas operacionais

As despesas operacionais do Bradesco totalizaram R$ 7,544 bilhões no segundo trimestre deste ano, elevação de 7,4% ante o mesmo intervalo do exercício passado, de R$ 7,023 bilhões. No comparativo trimestral, quando os gastos totalizaram R$ 7,084 bilhões, foi identificada elevação de 6,5%. Este ano, o Bradesco espera que as despesas operacionais cresçam entre 5% e 7%.

De abril a junho, as despesas de pessoal do Bradesco alcançaram R$ 3,618 bilhões, aumento de 5,0% em relação ao trimestre anterior e de 4,9% em um ano. Segundo o banco, tal elevação é decorrente, principalmente, da variação “estrutural” com a menor concentração de férias no período e “não estrutural” por conta de maiores despesas com provisão para processos trabalhistas, treinamento e custo de rescisões e encargos.

O Bradesco informou ainda que seus gastos administrativos ficaram em R$ 3,926 bilhões ao final de junho, elevação de 7,9% ante março e de 9,8% em um ano. O banco explica ainda que a elevação trimestral foi motivada, principalmente, por maiores despesas com serviços de terceiros, propaganda e publicidade, comunicação e manutenção e conservação de bens.

Ao final de junho, o Bradesco totalizou 74.270 pontos de atendimento. Em relação a março, o banco fechou 647 unidades por conta da redução no número de postos de atendimentos (PAs), posto de atendimento eletrônico em empresas (PAEs), caixas eletrônicos externos e ainda da rede Banco24Horas.

O Bradesco fechou 33 agências no segundo trimestre ante o primeiro e alcançou um total de 4.628 pontos. O número de colaboradores do Bradesco ficou em 93,902 mil ao final de junho, corte de 1.074 pessoas ante março. Em um ano, a redução foi de 5.125 funcionários. “A redução em dezembro de 2014 inclui a transferência de 2.431 funcionários da Scopus Tecnologia para a IBM Brasil”, lembra o Bradesco, em relatório.

Receitas

As receitas de prestação de serviços do Bradesco totalizaram R$ 6,118 bilhões de abril a junho, aumento de 14,8% em um ano, quando estavam em R$ 5,328 bilhões. Tal elevação ocorreu, segundo o banco, impulsionada pelo segmento de cartões e conta corrente. No comparativo trimestral, aumentou 6,5%.

No primeiro semestre, as receitas de prestação de serviços totalizaram R$ 11,862 bilhões, aumento de 11,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Para este ano, o banco espera elevá-las de 8% a 12%. A elevação no semestre ocorreu, segundo o Bradesco, pelo aumento do volume de operações e o avanço do processo de segmentação de clientes.

O Bradesco fechou junho com 26,5 milhões de clientes, redução de 100 mil na comparação com março. Em um ano, porém, ficou estável.

As receitas de cartões do Bradesco no segundo trimestre somaram R$ 2,373 bilhões, expansão de 7,5% em relação ao trimestre anterior e de 20,8% em um ano. No semestre, esses ganhos cresceram 17,4%, para R$ 4,581 bilhões. “O incremento decorreu, principalmente, do aumento das transações realizadas e do faturamento no período, do aumento da base de cartões e do impacto da criação da joint venture de serviços (Cateno) na Cielo”, explica o Bradesco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.

Em conta corrente, as receitas do Bradesco subiram 12,3% de abril a junho ante março e 23,9% em 12 meses. No semestre, cresceram 18,8% com aumento do volume de negócios e pela ampliação do portfólio de serviços prestados, com a adesão de clientes para os novos segmentos “classic” e “exclusive”.

Receitas de administração de fundos tiveram alta de 1,9% no segundo trimestre ante o primeiro enquanto os ganhos de assessoria financeira (Bradesco BBI) ficaram estáveis. No comparativo entre o primeiro semestre de 2015 e o mesmo período do ano anterior, as receitas do BBI recuaram 21,8%, essencialmente, ao maior volume de negócios realizados no primeiro trimestre de 2014, com destaque para as Operações Estruturadas e Project Finance. “Cabe destacar que as oscilações verificadas nesta receita decorrem do comportamento volátil do mercado de capitais”, conclui o Bradesco.