30/01/2015 - 20:00
Corte de custos, cuidado com a inadimplência e foco nos seguros. Esses foram os três pilares do resultado recorde de 2014 divulgado pelo Bradesco na quinta-feira 29. O lucro líquido subiu 25,9% para R$ 15,36 bilhões e a rentabilidade patrimonial foi de 20,1%. O resultado superou em 5% os prognósticos dos analistas levantados pela Bloomberg. Boa parte do bom resultado deveu-se à melhora da eficiência do banco. O nível de eficiência, que mede qual parcela das receitas de serviços é gasta com despesas operacionais, caiu para um mínimo histórico de 39,2%. Segundo Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, o banco deverá investir R$ 1 bilhão neste ano para melhorar e modernizar a rede de agências. “Nossa meta é atender cada vez mais gente”, diz ele. Apesar do bom desempenho do banco, os analistas evitam os excessos de otimismo, devido às dificuldades no cenário do crédito ao longo de 2014. “O cenário deve permanecer desafiador”, afirma Tito Labarta, analista de bancos do Deutsche Bank.
Palavra do analista:
“O banco teve resultados bastante satisfatórios. Apesar do crescimento abaixo das estimativas da carteira de crédito, recomendamos compra, sobretudo para portfólios de longo prazo”, diz Danilo de Julio, analista da Concórdia
Logística
Liquidez para a Hidrovias do Brasil
A operadora logística Hidrovias do Brasil, fruto da joint venture entre a gestora Pátria Investimentos e o Grupo Promon, vai receber um montante de US$ 300 milhões por meio de subscrição de ações. O contrato foi fechado com o BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a International Finance Corporation e com fundos administrados pela P2 Gestão de Recursos e pela Santander Securities Services Brasil.
Armamento
Fim do tiroteio na Forjas Taurus
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizou a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) a tornar-se controladora da Forjas Taurus, elevando seu capital votante de 2,55% para 52,51% das ações da fabricante de armamentos. Em agosto de 2014, a CBC havia investido R$ 121 milhões na empresa gaúcha, encerrando uma longa temporada de conflitos entre os antigos acionistas. No ano, as ações da Forjas Taurus caem 30%.
Touro x Urso
A incerteza criada com o atraso dos resultados do terceiro trimestre da Petrobras, que foram divulgados na madrugada da quarta-feira 28, justificou uma queda de 4,8% das ações em janeiro. As perspectivas são de mais volatilidade com a continuidade das investigações da Lava Jato e com a turbulência no mercado internacional.
Siderurgia
Moody’s rebaixa nota da Usiminas
A agência americana de classificação de risco Moody’s rebaixou de Ba2 para Ba3 o rating da siderúrgica Usiminas, na segunda-feira 26. De acordo com o relatório, o rebaixamento está relacionado à deterioração das métricas de crédito da empresa, processo iniciado no segundo trimestre de 2014, somado à baixa probabilidade de obtenção de lucro e de melhora no fluxo de caixa no curto prazo. Nem mesmo a queda de preços do minério de ferro, que afetou a classificação de risco da Vale, no dia 23 de janeiro, mas que reduz os custos das siderúrgicas, animou os investidores. A demanda fraca por aço e o ritmo de baixa da economia internacional vêm afetando os preços do setor e, no caso da Usiminas, as divergências entre os controladores, o grupo japonês Nippon Steel e o ítalo-argentino Ternium Techint, tornam as perspectivas incertas. No ano, as ações da Usiminas caem 26,5%.
Pagamentos
Cielo reforça o caixa
A era de pagamentos de dividendos robustos na Cielo chegou ao fim. A empresa utilizará parte dos lucros de 2014 para fortalecer o caixa e levar adiante a joint venture com o Banco do Brasil. “Esse negócio representa a diversificação de receita relacionada a pagamento eletrônico”, disse o CEO Rômulo Dias em teleconferência na quinta-feira 29. O lucro de 2014 foi de R$ 3,2 bilhões, alta de 15,5% em comparação a 2013. No ano, as ações caem 6,1%.
Banco
Itaú na infraestrutura
O Itaú Unibanco e a IFC, captaram, na terça-feira 27, R$ 1,05 bilhão no mercado internacional para financiar projetos que reduzam a emissão de gases do efeito estufa. A operação foi estruturada e sindicalizada em duas parcelas. “Esta captação se alinha à política do Itaú Unibanco de promover a melhora da qualidade da matriz energética do País”, afirma Candido Bracher, CEO do Itaú BBA. No ano, as ações do banco avançam 2,1%.
Mercado em números
Cetip
R$ 3,8 bilhões - Era o estoque total dos Certificados de Operações Estruturadas em 6 de janeiro. Desde o lançamento do papel, foram realizadas 30.052 emissões.
Cia. Hering
R$ 612 milhões – Foi a receita bruta da companhia catarinense no quarto trimestre de 2014, valor 0,5% maior do que o obtido no mesmo período de 2013.
CTEEP
R$ 79,57 milhões – Foi quanto o governo do Estado de São Paulo levantou com a venda de 2,1 milhões de ações da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), na segunda-feira 26.
Alupar
1.053 milhões – É a quantidade de ações da Empresa Catarinense de Transmissão de Energia que a Alupar adquiriu da MDU Sul Transmissão. O montante corresponde a 2,5% do capital total da companhia catarinense.
JSL
35 mil veículos – Será o tamanho da nova frota da JSL. O grupo vai centralizar suas operações de locação de automóveis e gerenciamento na Movida Participações, empresa adquirida por
R$ 62,4 milhões em 2013.
Colaboraram: Natália Flach e Luiz Gustavo Pacete
