07/02/2018 - 14:55
O banco Bradesco inaugura nesta quarta-feira, 7, o seu próprio espaço de coinovação, batizado de inovaBra habitat, de olho em avanços tecnológicos que possam ser implementados no banco, de acordo com o vice-presidente da instituição, Maurício Minas. Além de caçar oportunidades de inovação para desenvolver dentro de casa, o banco também aposta, por meio do investimento, na união de grandes empresas e startups num ecossistema colaborativo de inovação.
Sem revelar recursos consumidos pelo projeto, Minas diz que o investimento que o banco fez é mais intelectual do que financeiro, em uma preparação do banco para os próximos anos. Segundo ele, a decisão de criar o inovaBra foi tomada há quatro anos, ancorada na necessidade do banco de evoluir em determinadas questões tecnológicas.
“Estamos em um momento em que vários modelos de negócios vão conviver, mas ninguém sabe em qual velocidade um vai se sobrepor ao outro”, disse ele, em conversa com jornalistas, durante evento de lançamento do habitat.
Como exemplo, Minas citou o banco digital do Bradesco, o Next. A ideia do habitat, conforme ele, é identificar mais oportunidades como essa na estratégia tecnológica da instituição.
O habitat já conta hoje com mais de 100 startups e o Bradesco espera, conforme o diretor executivo de Pesquisa, Inovação, Canais Digitais do banco e também do Next, Lucca Cavalcanti, ter mais de 150 novatas até julho, número este que pode chegar a 200 em um curto espaço de tempo. Já o número de pessoas (posições) será de 1.500, sendo que 70% desse total já foi ocupado. O custo para cada um é de R$ 700,00, sendo que as grandes empresas presentes vão arcar com valores mais elevados para subsidiar as novatas.
“Cada vez mais as empresas (estáticas) darão lugar a grupos de trabalho (fluidos), que se reunirão ao redor de propósitos comuns. E é essa comunidade que estamos criando com mais de 100 Startups, 50 empresas clientes Corporates do Banco, parceiros tecnológicos, mentores, consultores especialistas e investidores”, destacou Cavalcanti, em conversa com o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, acrescentando o fato de que, como o espaço é dinâmico, a substituição de startups e pessoas é constante em meio ao avanço dos projetos.
As startups, segundo Minas, não necessariamente serão do setor financeiro – fintechs -, mas, preferencialmente, já mais maduras, ou seja, com produtos prontos para serem testados. O objetivo do banco, de acordo com o executivo, é atrair empresas relacionadas a negócios de alto impacto baseados em tecnologias digitais disruptivas como blockchain, big data e algoritmos, internet das coisas, inteligência artificial, open API e plataformas digitais.
“Não sabemos quem serão os nossos concorrentes no futuro. Não necessariamente vão ser bancos. Teremos outros concorrentes no futuro”, destacou o executivo, ao justificar a importância do habitat para o banco.
Minas disse ainda que o Bradesco também vai atuar como investidor das novatas por meio do inovaBra Venture. Com R$ 100 milhões, já realizou três investimentos e outros dois estão a caminho. Por coincidência, conforme Cavalcanti, serão em empresas que já estão no habitat.
O espaço de empreendedorismo do banco está situado em um edifício de 22 mil m2, com dez andares, na Av. Angélica, em São Paulo. De acordo com Minas, a escolha da região, próximo à Avenida Paulista, também foi alinhada aos propósitos do inovaBra habitat. “Saímos do foco tradicional do banco, da Avenida Faria Lima, e fomos para a região da Avenida Paulista, onde tudo acontece e a energia está”, explicou o executivo.
Além do Bradesco, o Itaú Unibanco vai inaugurar no primeiro semestre deste ano o novo Cubo, espaço de empreendedorismo em parceria com o fundo de investimento Redpoint eVentures, quatro vezes maior que o antigo. O Banco do Brasil, conforme fonte, também está investindo em seu próprio espaço de inovação e empreendedorismo, mas o plano caminha mais na linha de pequenas unidades ao redor do País.