01/10/2019 - 17:05
O subsecretário de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, disse que a queda de 55,7% no saldo comercial de setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, reflete o desaquecimento do comércio mundial e a base aumentada em 2018 com as fortes exportações de soja. No mês passado, o superávit foi de US$ 2,246 bilhões.
“Havia um senso comum de que o Brasil poderia ser beneficiado com o desvio de comércio da guerra comercial, principalmente com a soja. Mas nossa análise sempre foi que, no agregado, havia prejuízo para a economia como um todo com a redução da demanda mundial”, afirmou.
Em setembro, houve uma operação contábil de exportação e importação de uma plataforma de petróleo, cujo valor foi de US$ 1,5 bilhão na venda e US$ 1,7 bilhão na compra. Sem essas operações, as exportações cairiam ainda mais, 18,7%, ante o recuo de 11,6%, enquanto as importações cairiam 5,2% – houve alta de 4,7%.
Entre os fatores que influenciaram no resultado de setembro, Brandão destacou o recuo nas vendas para a Argentina, que, com a crise, caíram 39,3% no acumulado do ano. Também houve queda nas exportações de produtos como soja, principalmente pela queda na demanda da China, petróleo e açúcar.
Por outro lado, houve alta nas exportações de produtos como milho, minério de ferro, algodão, carnes e café, o que compensou, em parte, o desempenho dos outros produtos.